SENAI-RN encerra 2025 com resultados positivos e projeta, para 2026, avanços em ensino e pesquisa

19/12/2025   16h14

O SENAI-RN encerra 2025 com projetos de pesquisa aplicada de relevância nacional e internacional, avanços na educação profissional e superior e investimentos em infraestrutura.

 

Entre os destaques do ano estão a ampliação de parcerias e oportunidades, com programas de qualificação profissional pagos e gratuitos, que alcançaram capilaridade em todo o estado, a aprovação do curso de Engenharia Elétrica da Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais (FAETI) e o lançamento da primeira pós-graduação do Brasil em energia eólica offshore.

 

Nesta entrevista, o diretor do SENAI-RN, do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e da FAETI, Rodrigo Mello, comenta os principais resultados conquistados pela equipe ao longo de 2025 e analisa as perspectivas para 2026, em um cenário marcado por desafios regulatórios, transformações no setor energético e novas demandas por qualificação profissional.

 

Rodrigo Mello, diretor da instituição, analisa expansão na educação profissional, no ensino superior e em serviços como Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação

 

 

Que balanço o senhor faz de 2025?

O ano de 2025 foi um ano rico do ponto de vista de ganho qualitativo e aqui eu faço um destaque grande na área de educação, das parcerias que formamos com os diversos setores industriais do Rio Grande do Norte, através dos seus sindicatos. Nós fizemos vários projetos específicos por áreas, tivemos projetos de impacto social importantes, como o que realizamos com o Ministério Público do Trabalho, voltado a pessoas apenadas. No nosso programa de gratuidade, que é voltado à inclusão social, proporcionando formação profissional a pessoas de baixa renda, tivemos uma capilaridade ótima em todo o estado do Rio Grande do Norte, cobrindo praticamente os 167 municípios do estado. No ensino superior, também registramos avanços, com a aprovação do curso de Engenharia Elétrica da FAETI (Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais) e o lançamento da primeira pós-graduação do Brasil em energia eólica offshore.

 

E na área de serviços e tecnologia?

Tivemos investimentos importantes nos nossos laboratórios, com novas tecnologias embarcadas, investimento na nossa infraestrutura, recuperação em valores importantes. Na área de prestação de serviços, nos aproximamos ainda mais dos setores de óleo e gás, energia, alimentos. Estreitamos perspectivas de novos relacionamentos com vários outros setores industriais do estado. Na área de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação, iniciamos novos projetos de relevância nacional e internacional na área de hidrogênio, na área de energias renováveis, na área de sustentabilidade. Enfim, entendo que foi um ano que, se tivermos que resumir em uma única frase, seria: valeu muito a pena 2025 do ponto de vista do SENAI.

 

Quais são as perspectivas para 2026?

Bom, 2026, na área de educação, temos vários projetos já contratados. São novos projetos, são novas linhas de financiamento de dentro do Brasil, de fora do Brasil, e perspectivas de expansão do que a gente fez e faz, sempre buscando inovar. Isso deverá ter um impacto extremamente positivo no incremento da oferta de educação profissional para a sociedade do Rio Grande do Norte. Um impulso grande na oferta de conhecimento para a sociedade, gerando novos profissionais qualificados para o ambiente industrial, que é um dos principais objetivos de o SENAI existir.

Do ponto de vista também das pessoas, para aproveitar essas oportunidades, são novos projetos com capilaridade no Estado como um todo, e não apenas nos dois maiores centros, que são a Grande Natal e Mossoró. Então, educação terá um impulso importante com operações já contratadas agora, ao final de 2025, para a operação do exercício de 2026.

No tocante à prestação de serviço, nós estamos fazendo projetos de investimentos em laboratórios, e aqui eu destaco a parte de óleo e gás e a parte de alimentos novamente, duas cadeias industriais que têm uma histórica proximidade com o SENAI e agora nós estamos fortalecendo ainda mais isso.

Na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação, temos diversos projetos contratados de impacto nacional e em finalização de discussão para a contratação, e aí projetos importantes na rede com o SENAI de Minas, com o SENAI São Paulo, com o SENAI do Espírito Santo. O desenvolvimento das atividades ligadas à nossa planta-piloto offshore também deverá avançar, assim como atividades firmes na área de armazenamento de carbono, que é uma tendência importante no mundo.

 

Estão programados novos investimentos da instituição?

Sim. Investimentos internos nas nossas infraestruturas distribuídas no Estado, com conclusão de obras em Santa Cruz, o início já contratado da recuperação das nossas instalações sediadas em Mossoró, o início dos projetos de recuperação em Natal, com instalações de novos laboratórios, reforçando a área de alimentos e a área de mobilidade urbana, com laboratório de eletromobilidade. Enfim, eu penso que os desafios já planejados, alguns já contratados para 2026, serão gigantes, mas as oportunidades de ampliar e melhorar a nossa entrega para a sociedade, tanto a sociedade civil como a sociedade industrial, serão ótimas e, do tamanho desses desafios, será o nosso compromisso com a entrega e melhoria contínua dos nossos serviços.

 

O que o senhor diria, olhando para o mercado, que são os desafios externos para que seja um ano positivo do ponto de vista de investimentos e resultados?

Enxergando para fora, o setor de óleo e gás tem um desafio grande quanto à liberação de suas licenças. É um setor que move a economia do Rio Grande do Norte. Ele representa mais de 40% do PIB industrial do estado e está freado pela baixa disponibilidade de licenças ambientais. A gente espera que isso possa evoluir.

O setor de energia renovável está passando por um momento de baixa, um momento de grandes desafios impostos pelo curtailment, gerenciado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema). O Brasil tem tratado de criticar e se debruçar sobre soluções relacionadas a isso, porque no caminho que está, não é possível ficar. Não é possível que um setor que fez investimentos fabulosos no país, e em especial em regiões de baixo investimento, como é a região Nordeste, passe por soluções críticas de gerenciamento que não lhe cabe resolver. Então, a gente espera que esse curtailment seja arrefecido em seus números, que se desenvolvam soluções para o retorno do desenvolvimento do setor. Nesse contexto, vemos a entrada firme do Brasil no ambiente offshore, o desenvolvimento de data centers, a questão de armazenamento de baterias. Ou seja, tem muita coisa a evoluir, tanto na captação de investimentos para o Brasil, mas também no dever de casa interno, quanto ao caminhar regulatório voltado a esses setores.

Tudo isso num ano de desafios eleitorais, onde o Congresso dá uma atenção importante às suas bases, os partidos também nas candidaturas para União e Estados. Então, o setor industrial espera que as atenções das nossas autoridades consigam ser divididas para que tomem conta do processo eleitoral, mas que não parem as necessárias regulações e atividades voltadas ao bom desenvolvimento da atividade econômica.

O SENAI está à disposição para contribuir com essas atividades, sugerindo soluções técnicas, contribuindo com a formação de pessoas, prestação de serviços técnicos e tecnológicos, como é histórico, e não vamos baixar a guarda. Eu acho que, cada vez que o desafio amplia, amplia também o nosso compromisso com essas entregas. Então esperamos um 2026 rico, de grandes perspectivas para a nossa equipe e de grandes glórias para o setor industrial, seus Sindicatos e a nossa Federação das Indústrias (FIERN).