COEMA discute descarbonização e sustentabilidade com foco em oportunidades para a indústria potiguar

24/04/2025   17h18

 

A Comissão Temática de Meio Ambiente (COEMA) da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN) realizou, nesta quinta-feira (24), uma reunião voltada ao tema “Desafios e Oportunidades da Descarbonização e Desenvolvimento Sustentável da Indústria Brasileira”, com palestra do especialista José Miguel Pacheco, fundador e diretor executivo da Mowa – Carbon Neutral. O encontro aconteceu na Casa da Indústria, sede da Federação, em Natal.

 

O presidente da COEMA, Marcelo Rosado, destacou a importância do debate sobre sustentabilidade no setor industrial. “Os movimentos que existem em todas as nações hoje, tentando atender às demandas da sociedade no sentido de atingir coeficientes sustentáveis, passam pela descarbonização”, afirmou.

 

Ele também ressaltou que muitas indústrias já estão se adaptando a essa realidade com investimentos em geração própria de energia renovável, como a eólica e a solar. “Certamente, 2025 será um ano em que essa discussão estará ainda mais aquecida. E o Rio Grande do Norte, por já gerar uma expressiva quantidade de energia a partir de fontes renováveis, é um exemplo a ser seguido”, completou Rosado.

 

 

Durante sua palestra, José Miguel Pacheco enfatizou o papel estratégico do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, ferramenta fundamental para a construção de políticas públicas e para o acesso ao mercado de carbono. “O inventário não é um documento de gaveta. Ele precisa ser atualizado anualmente e analisado a cada dois anos para que se tenha uma base consistente de dados. Conhecendo seu perfil de emissões, as organizações podem estabelecer estratégias, planos e metas para a sua redução”, explicou.

 

No contexto potiguar, o especialista destacou que o estado conta com uma matriz energética composta em 94% por fontes renováveis, além de possuir liderança nacional na geração de energia eólica. Também mencionou o potencial para reaproveitamento de resíduos verdes, ganhos com eficiência energética e oportunidades de inserção em cadeias exportadoras verdes.

 

Segundo Pacheco, os caminhos para a descarbonização envolvem a quantificação das emissões, a análise das principais fontes poluentes, a definição de metas de redução alinhadas ao combate às mudanças climáticas e a criação de indicadores de progresso. Ele também abordou linhas de financiamento voltadas a projetos sustentáveis e ações de mitigação.

 

Ao final da apresentação, o executivo das Comissões Temáticas da FIERN, Ernani Bandeira, abriu espaço para que os membros da comissão participassem de um momento de diálogo e esclarecimentos sobre formas de obtenção de créditos de carbono, além de iniciativas práticas para redução de emissões poluentes no setor industrial.