Roberto Serquiz, industrial, Presidente do Sistema FIERN
De início, representando o sentimento da maioria dos empreendedores industriais, formalizo o registro de apoio ao trabalho das instituições que atuam na segurança pública, em especial, uma manifestação de reconhecimento para a atuação das polícias civil e militar. A Polícia Militar atua na repressão imediata e no patrulhamento ostensivo, enquanto a Polícia Civil investiga e desarticula organizações criminosas. A sociedade também deve reconhecer o esforço diário dos policiais, que arriscam suas vidas para proteger os cidadãos. A redução da violência exige um esforço conjunto entre governo, instituições e população, com foco na prevenção e na construção de um futuro mais seguro.
E os desafios são imensos! Em 2024, o Brasil registrou 44.127 Mortes Violentas Intencionais, o que corresponde a uma taxa de 20,8 por 100 mil habitantes. A Região Nordeste registrou a taxa mais elevada, com 33,8 por 100 mil habitantes, consolidando-se como a região mais violenta do país e com um índice 155% superior à média do Sudeste (que foi a menor com 13,3 por 100 mil habitantes).
A análise dos municípios mais violentos do país em 2024, feita a partir do documento “Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025”, revela que todos os dez primeiros estão no Nordeste e “sofrem com disputa de facções pelo controle do tráfico”. Exemplos incluem Maranguape, Caucaia (CE). Jequié, Feira de Santana, Juazeiro (BA), Cabo de Santo Agostinho, São Lourenço da Mata (PE).
Em relação ao Estado do Rio Grande do Norte – considerando dados de 2024 – a taxa de Mortes Violentas Intencionais foi de 24,2 por 100 mil habitantes, uma redução significativa de 20,3% em relação a 2023 (30,3 por 100 mil). Apesar dessa melhora, a taxa ainda se mantém acima da média nacional.
Recentemente a pauta da segurança pública entrou novamente em destaque em decorrência da megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O Sistema Indústria está acompanhando o assunto com interesse. Não apenas em relação às operações ocorridas no Rio de Janeiro, mas em relação a todas as iniciativas que objetivem melhorar os níveis de segurança no País. Por exemplo, a CNI emitiu nota – ainda em setembro de 25 – em relação às ações do Governo Federal no que se refere ao combate a adulteração de combustíveis, gestão fraudulenta de instituições financeiras, lavagem de dinheiro e outras graves ocorrências patrocinadas pelo crime organizado.
Em uma guerra, infelizmente, é preciso agir com inteligência, estratégia e firmeza. Precisamos apoiar os agentes públicos e as instituições que, com responsabilidade e coragem, enfrentam o assunto. Esperamos que a maioria continue indignada e que, juntos, tenhamos alternativas para a construção de novos tempos; tempos de paz!