COP30: CNI convoca indústria a contribuir com consulta pública sobre descarbonização

18/11/2025   12h52

Confederação Nacional da Indústria representou o setor produtivo na assinatura da carta de engajamento com o MDIC e os setores que utilizam muita energia em seus processos

 

COP30: CNI convoca indústria a contribuir com consulta pública sobre descarbonização

COP30: CNI convoca indústria a contribuir com consulta pública sobre descarbonização Fotos: Augusto Coelho/CNI

 

Confederação Nacional da Indústria (CNI) participou, nesta segunda-feira (17), do evento de lançamento da consulta pública da Estratégia Nacional de Descarbonização Industrial (ENDI). A iniciativa, conduzida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), ocorreu durante a COP30, em Belém (PA).

 

 

Parceira técnica na elaboração da estratégia, a CNI representou o setor produtivo na assinatura da carta de engajamento com o MDIC e os setores energointensivos (que utilizam muita energia em seus processos), convocando a indústria a contribuir para a consolidação de uma política industrial moderna, competitiva e alinhada às metas climáticas do país.

 

 

A consulta pública ficará disponível na Plataforma Brasil Participativo de 17 de novembro de 2025 a 17 de janeiro de 2026.

 

 

Compromisso conjunto na COP30: assinatura da Carta de Engajamento

O evento de apresentação da ENDI (Elementos para uma Estratégia Nacional de Descarbonização Industrial) ocorreu na manhã de hoje (17), no Pavilhão Brasil, na Zona Verde, e contou com a presença do vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.

 

 

Ele destacou que a ENDI representa uma indústria mais inovadora, mais sustentável e mais competitiva. “A indústria do futuro é de baixo carbono, e a ENDI vai fortalecer a produção nacional, aumentando a competitividade da indústria brasileira em um cenário global que exige baixas emissões. Com essa estratégia, mais uma vez, o Brasil mostra que está na liderança global quando falamos de sustentabilidade”, afirmou Alckmin.

 

 

Um dos momentos centrais foi a assinatura da carta de engajamento pela CNI, pelo MDIC e pelos setores energointensivos da indústria. O documento reafirma o compromisso com o desenvolvimento sustentável, o avanço da inovação tecnológica e a construção de uma economia industrial de baixo carbono. A CNI foi representada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) e vice-presidente da CNI, Alex Carvalho, que destacou a importância da iniciativa.

 

 

“A CNI tem trabalhado para que a transição energética avance com competitividade. A consulta pública sobre a ENDI é uma oportunidade de alinhar os esforços dos setores energointensivos às metas industriais de longo prazo e com rotas tecnológicas que já estão em curso”, disse Alex Carvalho.

 

 

Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, reforçou que o engajamento dos setores intensivos em energia é decisivo para o sucesso da agenda. “Setores energointensivos têm um papel fundamental na descarbonização. A carta de engajamento reforça que indústria e governo estão construindo juntos soluções que unem inovação, segurança energética e criação de empregos”, avaliou.

 

 

O ato consolida a cooperação entre governo federal e setor produtivo, reforçando a disposição da indústria em contribuir para a redução da intensidade de carbono na produção e para o fortalecimento de uma base industrial inovadora, competitiva e socialmente responsável, condição essencial para que o Brasil alcance as metas climáticas até 2050.

 

 

ENDI e os quatro pilares

A Estratégia Nacional de Descarbonização Industrial propõe transformar a descarbonização em motor de competitividade e desenvolvimento econômico sustentável. A ENDI contempla setores estratégicos, como siderurgia, cimento, químico, papel e celulose, alumínio e vidro, e articula ações voltadas à inovação, eficiência e criação de mercados de produtos de baixo carbono.

 

 

A estratégia está estruturada em quatro pilares interligados:

1. Pesquisa, desenvolvimento, inovação (PD&I) e capacitação profissional
Incentivo à criação de soluções tecnológicas nacionais e à formação de mão de obra qualificada.

2. Insumos descarbonizantes
Substituição progressiva de insumos e energéticos fósseis por alternativas mais sustentáveis, como biocombustíveis, hidrogênio de baixa emissão, biomassa e materiais reciclados.

3. Estímulo à demanda por produtos de baixo carbono
Consolidação de mercados por meio de certificações, rotulagens e políticas de compras públicas sustentáveis, ampliando a competitividade da indústria brasileira.

4. Financiamento e incentivos
Estruturação de instrumentos de crédito, incentivos fiscais e mecanismos de defesa comercial para garantir as condições necessárias à transição industrial.

 

 

CNI na COP30

A participação da CNI na COP30 conta com a correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Social da Indústria (SESI).

Institucionalmente, a iniciativa é apoiada pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), First Abu Dhabi Bank (FAB), Sistema FIEPAInstituto Amazônia+21U.S. Chamber of Commerce e International Organisation of Employers (OIE).

A realização das atividades da indústria na COP30 recebe o patrocínio de Schneider ElectricJBSAnfaveaCarbon MeasuresCPFL Energia, Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Latam Airlines, MBRF, PepsicoSuzanoSyngentaAcelen Renováveis, Aegea, Albras Alumínio Brasileiro S.A.AmbevBraskemHydro, Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Itaúsa e Vale.

Por Letícia Carvalho 

leticia.carvalho@sesicni.com.br

Fotos: Augusto Coelho/CNI