Durante o Fórum “Inovação e Negócio. Dá certo!”, promovido pela FIERN em parceria com o Sebrae-RN, na Casa da Indústria, o empresário Francisco de Assis Veloso Júnior contou como em um cenário adverso conseguiu prosperar com uma ideia desacreditada até por especialistas. Engenheiro agrônomo por formação, Veloso, proprietário da Tapuio Agropecuária, inovou no cenário agropecuário potiguar – e nacional – quando escolheu trabalhar com búfalos e aves soltas em uma das regiões mais carentes do estado potiguar.

 

“No semiárido os desafios são diários. Você está sempre sendo obrigado a derrubar mitos, conceitos; buscando novos ideias para ser competitivo. Na Tapuio o que temos feito são coisas que não se imaginava fazer, como criar búfalos no semiárido, por exemplo. Ninguém imaginava que fosse possível e que desse certo”, afirma o empresário.

 

A Tapuio Agropecuária, localizada em Taipu, cidade a 65 quilômetros de Natal (RN), atua no agronegócio desde 1991. Na propriedade de quase 500 hectares, Francisco cria búfalos da raça indiana Murrah, reconhecida pela fácil adaptação ao clima árido, que produzem leite para fabricação de 20 toneladas de queijo por mês.

 

O portfólio da empresa engloba sete tipos de queijo com a marca DiBufalo: mozzarellas (bola, barra e manta), minas frescal, coalho, provolone fresco, ricota, alla panna e burrata – considerada um queijo nobre e feito artesanalmente. Os queijos abastecem supermercados, restaurantes e hotéis em Alagoas, Ceará, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e no Distrito Federal.

 

Num período em que o mercado interno se retrai, a empresa potiguar aposta no mercado externo. Desde 2015, o Ministério da Agricultura deferiu parecer favorável à Tapuio para exportação da mozzarella de búfala, queijo que possui menos sódio, menos gordura e mais cálcio, para os Estados Unidos. Com a decisão, a empresa passou a ser a única do Brasil com aval para exportar derivados do leite de búfala.

 

A empresa também conta com mais de 110 mil aves, para produção de ovos, e com produção de queijo à base de leite de vaca. “Temos uma criação expressiva de aves soltas, de galinhas caipiras. Com o maior plantel de aves caipiras do Nordeste, somos líder de mercado nesse segmento” conta Veloso.

 

Na fazenda onde são gerados 146 empregos diretos, inovação é palavra de ordem. Ainda neste primeiro semestre a empresa planeja o lançamento de uma embalagem totalmente diferenciada com sete unidades destinadas ao público infantil, que terá a marca Caipira Baby. “Temos uma comissão de inovação, e inclusive nós acabamos de passar por um treinamento aqui na FIERN. Temos um grupo de gestão da inovação e isso se multiplicou e se ramificou em todos os departamentos da empresa, onde cada colaborador dá uma sugestão de como melhorar um processo, reduzir uma perda, ideias para lançar um produto, e tudo isso é muito bem-vindo, e é avaliado nesse comitê e as melhores ideias nós transformamos em projeto, e esses projetos nós transformamos em ações para execução”, ressalta Francisco Veloso.