
Combate aos desperdícios e investimento em recursos humanos. Este é o caminho que as empresas devem trilhar para se manter no mercado e crescerem. O conselho foi dado pelo diretor técnico do Instituto Aquila, graduado em Engenharia Química pela UFMG e especialista em gestão organizacional, Raimundo Godoy, durante palestra na reunião mensal da Diretoria da FIERN, nesta sexta-feira, 23, na Casa da Indústria.
Raimundo Godoy foi executivo durante vinte anos em empresas do segmento automotor no Brasil, Itália, Espanha e Argentina. Em 2000, iniciou sua trajetória na consultoria em gestão, atuando como líder de projetos em grandes organizações brasileiras. Coordenou equipes em 25 países e tem no seu currículo o desenvolvimento de metodologias, práticas e abordagens de sucesso.

Ele esteve na Casa da Indústria para apresentar aos empresários industriais potiguares o “Orçamento Base Zero”, ferramenta de gestão que contribui para o aumento da competitividade nos negócios. “Para crescer é necessário fazer as coisas bem feitas. O Orçamento Base Zero tem esse objetivo, de criar uma disciplina, uma metodologia, de evitar desperdício. A função dele é impedir que a empresa tenha desperdício. Então, se você começa a trabalhar com esta metodologia no seu negócio, você cresce muito rapidamente, porque você retira dinheiro de onde não agregava absolutamente nada e pega esses recursos e coloca onde agrega alguma coisa. Portanto, sua empresa começa a crescer. Esse é o caminho”, afirmou o diretor técnico do Instituto Aquila.
Segundo Godoy, o custo de implantação do “Orçamento Zero” é compatível com cada empresa. “Uma empresa tem de ter uma base de custo, o seu custeio, quando você retira o custo do produto vendido, as matérias primas, o material de consumo, que faz parte do produto, todo o restante faz parte do trabalho, todos os custos fixos e indiretos, despesas gerais, despesas administrativas, despesas de viagem, todo o restante que não faz parte do produto é objeto de análise”, explicou.

Ele disse que em momentos de crise nem todos perdem e em momentos de crescimento da economia nem todos ganham. “Qual é a diferença? É o negócio bem ou mal administrado. Então, se o mercado estiver difícil, eu tenho de fazer o dever de casa, se o mercado está mais atrativo, também tenho de fazer o dever de casa”. Para o especialista em gestão, o conceito é eliminar o desperdício. É não fazer na empresa nada que não agregue valor. “Aquilo que não tem utilidade não pode ser feito, por exemplo, uma máquina parada, uma lâmpada ligada, uma viagem sem necessidade, tirar fotocópias de que coisas que não precisam. Tudo isso é objeto de estudo. Um pouquinho de cada coisa dá muito”.
De acordo com Godoy, com o “Orçamento Zero” é possível às empresas terem uma economia estrutural entre 10% e 20%, em cima de coisas que não agregam valor. “Por exemplo, hoje você tem uma estrutura fixa, mas os problemas são dinâmicos e as oportunidades também. Então, se a oportunidade chega e você não pega vem outro e pega”. Nesse caso, explica ele, a empresa vive dois extremos. De coisas que precisa resolver e de oportunidade que precisa implementar. “Para resolver esses desafios, você precisa de recursos financeiros. Se você tem uma oportunidade e não têm recursos financeiros você automaticamente perde aquela oportunidade. E se você tem um problema e não resolve aquele problema cresce”.
Para o especialista em gestão, para problemas e oportunidades dinâmicas é necessário ter uma estrutura dinâmica. “Aquela estrutura que você tinha no ano passado para esse exercício muitas vezes não serve. Você tem de adaptar sua empresa para o mercado. Quem é dono da empresa? É a carteira de clientes. Que adianta ter uma empresa se não tem clientes?”