A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), por meio do Mais RN, núcleo de planejamento estratégico contínuo, se reuniu com os secretários de Estado de Tributação, Carlos Eduardo Xavier, e de Planejamento e das Finanças, Aldemir Freire, para debater os projetos e ideias da FIERN para o desenvolvimento econômico do estado. O encontro aconteceu nesta terça-feira (28), no Centro Administrativo do RN.
Na reunião, o coordenador do Mais RN, José Bezerra Marinho, e o gerente técnico da unidade, Pedro Albuquerque, mostraram as atualizações de alguns eixos contidos na Agenda Propositiva para o Desenvolvimento do RN, desenvolvida pelo Mais RN e entregue ao Governo do Estado em outubro de 2021. O documento propõe ações eficazes e sem custo em sete áreas da economia.
Duas dessas áreas foram prioridades no encontro com os secretários — a Lei de Concessões e a Gestão de ativos, como forma de viabilizar as concessões que venham a existir. Na conversa, também foram abordados outros temas, como Educação, Infraestrutura, Licenciamento e Responsabilidade Fiscal.
“A orientação que temos do presidente da FIERN, Amaro Sales, é contribuir com o governo estadual tendo uma postura crítica e construtiva. Por isso, atualizamos o estado da arte dos itens da agenda propositiva para levar ao debate com os secretários”, explica o coordenador do Mais RN.

José Bezerra Marinho, coordenador do Mais RN – Foto: Canindé Soares
No tópico educação, o Mais RN apresentou dados alarmantes sobre a situação do estado. O Rio Grande do Norte é o 2º pior estado do Nordeste no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) desde 2013. “Um estado com 1,5 milhão de analfabetos não consegue pensar em desenvolvimento em um mundo com alta informática e tecnologias da informação embarcadas na sociedade”, destaca Marinho.
Também foi debatida a construção de um novo porto no estado, que atenda, principalmente, a indústria de energias renováveis e a cadeia do hidrogênio verde e da mineração. “É necessário um porto voltado para o desenvolvimento industrial das energias com uma área ao redor que possibilite o desenvolvimento de um parque industrial”, aponta o gerente técnico do Mais RN. “Conversamos sobre um estudo recém finalizado pela UFRN e que contou com a contribuição da FIERN sobre os possíveis locais para a construção desse equipamento”, acrescenta Albuquerque.
Ainda no tópico da infraestrutura, Albuquerque ressalta a necessidade da duplicação da rodovia BR-304. “Nos estados vizinhos, como Ceará, Pernambuco e Paraíba, as cidades-polo são interligadas por estradas duplicadas, enquanto o RN é o único dessa área com uma rodovia com pouca infraestrutura ligando Natal e Mossoró”, afirma.
“Outro ponto que tratamos foi o licenciamento. É necessário a integração entre órgãos, agilização, transparência e qualidade no fluxo do licenciamento, porque pode até existir infraestrutura, mas se não houver um bom licenciamento, o investidor não vai se sentir seguro para investir no estado”, aponta Albuquerque.

Pedro Albuquerque, gerente técnico do Mais RN
Um grande desafio para o governo é a gestão da folha. “O estado já bateu o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e não tem mais espaço para contratar servidores”, afirma o gerente do Mais RN. “A receita do estado, com arrecadação de impostos abaixou. Consequentemente, a pressão sobre a folha de pagamento de servidores aumentou, principalmente por conta do crescimento dessa folha”,
“Se há uma economia pujante, a arrecadação, ou seja, a receita, aumenta e a pressão na folha de pagamento diminui. Por isso a ideia de desenvolvimento econômico é um pilar central para desafogar a folha”, explica
Avanços
Além dos pontos a serem melhorados, o coordenador do Mais RN, José Bezerra Marinho, também destaca os avanços do governo estadual em ações propostas pelo núcleo de planejamento estratégico da FIERN na Agenda Propositiva para o Desenvolvimento do RN. “A aprovação do Proadi na Educação, a aprovação unânime do Projeto de Lei do Novo Mercado do Gás, pela Assembleia Legislativa e a aprovação da Lei da Inovação são exemplos de conquistas para o desenvolvimento do nosso estado”, afirma.
“Agora, temos muitos outros desafios com elementos que podem ser encaminhados tanto no término do atual governo como em uma nova gestão”, conclui Marinho.