Os participantes da missão da Federação das Indústrias do RN (FIERN) à China retornaram da viagem com um alto nível de satisfação, além de negócios firmados e contatos consolidados com fornecedores daquele país. Nesta quinta-feira (13), a comitiva da missão compartilhou os resultados com integrantes da diretoria da FIERN, dos sindicatos filiados à Federação e membros da FIERN Jovem.
A Missão Institucional e Empresarial do Sistema FIERN à China foi realizada entre 13 e 27 e outubro, com uma programação que envolveu a participação em duas das três fases da 138ª Canton Fair, maior feira de negócios do mundo, além de visitas a fábricas chinesas. A iniciativa marcou uma estreia bem-sucedida e um movimento ousado no processo de internacionalização e modernização da indústria potiguar. Ao todo, 33 empresários, representando 21 setores sindicais, participaram da experiência que, segundo o relatório oficial, alcançou índices de satisfação acima do esperado e abriu caminhos concretos para novos investimentos, parcerias e tecnologias.
De acordo com o presidente da FIERN, Roberto Serquiz, “a China não prevê o amanhã, ela constrói o futuro”. “Fomos conhecer a inovação e desenvolvimento que tanto ouvíamos falar e constatamos que o país conseguiu realizar um salto tecnológico nos últimos 20 anos, hoje oferecendo produtos e insumos de qualidade com preço competitivo”, acrescentou.
“Enquanto o mundo priorizava as commodities, a China priorizou sua indústria de transformação e, hoje, colhe os frutos dessa escolha. O país encara a competição sem medo, com empresas nacionais que são concorrentes de multinacionais ocidentais”, continuou Serquiz.

Ele ressalta que tanto a missão quanto a apresentação dos resultados são momentos alinhados no planejamento da gestão. “A missão se encaixa perfeitamente no nosso projeto e o encontro com os industriais foi um momento para multiplicar as informações e conhecimentos adquiridos na viagem”, concluiu.
Os empresários participantes relataram suas experiências na missão, enaltecendo a iniciativa da FIERN como impulsionadora de negócios. O presidente do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do RN (SindRecicla-RN), Etelvino Patrício, destacou a rápida evolução e qualidade dos equipamentos chineses. “Algumas máquinas utilizadas pelo setor de reciclagem, como prensas e enfardadeiras, são encontradas com valores muito competitivos e boa qualidade. É a terceira oportunidade que vou à China e pude observar a transformação pela qual o país passou.”
Para o industrial Gustavo Motta, diretor da FIERN e presidente do Sindicato das Indústrias de Curtimento de Couros e Peles do RN (SINDCOUROS-RN), foi a primeira oportunidade de visitar o país asiático. “Foi um projeto ousado da Federação, mas muito bem-sucedido. A experiência foi incrível e pudemos conhecer um outro mundo e ampliar nossas visões.”
Já para Thiago Peixoto, integrante da FIERN Jovem e diretor na Sadio Alimentos, afirma que o evento foi uma oportunidade para se conectar com empresários de diversos países. “Foi um evento muito bem organizado e muito proveitoso para os negócios e ampliação de conexões.”
De acordo com a sondagem realizada pelo Observatório da Indústria Mais RN ao final da missão, o nível de aprovação foi praticamente unânime. Todos os participantes consideraram positiva o formato adotado pela FIERN, que substituiu a tradicional imersão de diretoria por uma agenda internacional voltada a negócios e prospecção tecnológica. A escolha da Canton Fair foi avaliada como excelente por 95% dos empresários, e 85% afirmaram que suas expectativas foram completamente atendidas, especialmente no que diz respeito ao acesso a novas tecnologias, inovação de processos e abertura de oportunidades comerciais.

A coordenadora executiva de Relações Institucionais e com o Mercado da FIERN, Ana Adalgisa Dias, ressalta que a missão transformou o pensamento dos industriais em relação à China. “Para além da missão, disponibilizamos um catálogo de fornecedores em diversos segmentos de produtos, máquinas, equipamentos e insumos. Com isso, até os industriais que não puderam participar da viagem poderão ampliar suas conexões e negócios, modernizando operações ou iniciando relações comerciais com o mercado asiático”, explica.
A missão também se destacou pelo impacto prático. A grande maioria dos participantes relatou ter identificado contatos promissores, e 90% encontraram equipamentos e soluções relevantes inclusive fora de seu segmento principal. Cerca de 20% da delegação concluiu negócios diretamente durante a feira, enquanto 55% permanece em negociação.
O assessor técnico do Observatório da Indústria Mais RN, Pedro Albuquerque, aponta que entre os estandes visitados pela comitiva na Canton Fair destacam-se os de robótica, construção civil, embalagens e novos materiais, paletização e logística e mobilidade elétrica. “Só em contratos concluídos na missão, já somam cerca de US$ 600 mil, com aquisição de linhas de envase, plataformas elevatórias, veículos, prensas e braços robóticos, entre outros equipamentos.”