
Apontando os caminhos para o desenvolvimento econômico do Rio Grande do Norte, o MAIS RN, núcleo de pensamento e planejamento estratégico contínuo da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), completa oito anos de existência nesta segunda-feira (18). Lançado como um estudo que apontava os rumos do crescimento econômico do estado, evoluiu para o uma unidade que trabalha continuamente com uma metodologia em tríplice hélice e vê, no futuro, a integração da inteligência de dados com a rede nacional do Observatório da Indústria.
“O Mais RN nasceu como um diagnóstico prospectivo para traçar cenários, mapear ações, definir agendas e parcerias. A evolução se deu de documento para um núcleo que pensa e planeja estratégias para a economia do Rio Grande do Norte. Esse núcleo passou a colaborar com a proposição de alternativas ao desenvolvimento do nosso estado”, destaca o presidente da FIERN, Amaro Sales de Araújo.

Amaro Sales de Araújo | Foto: Canindé Soares
“Sem sombra de dúvidas, o MAIS RN representa para o Rio Grande do Norte aquilo que foi definido ainda em 2014, à época do lançamento, o MAIS RN é uma bússola para o desenvolvimento sustentável do estado. É uma bússola porque aponta o Norte, hierarquiza prioridades, define cenários e permite atualmente atualizar indicadores e dados para orientar a tomada de decisões”, acrescenta.
Elaborado em 2014, pela empresa Macroplan Consultoria, a pedido da FIERN, em parceria com a Secretaria de Estado para o Desenvolvimento Econômico (SEDEC) e empresários, o MAIS RN surgiu como plano de desenvolvimento estratégico com ampla agenda para o avanço econômico e promoção de investimentos privados para elevar a competitividade do RN.
Quatro anos depois, em agosto de 2019, foi lançada uma edição revisada, trazendo 43 metas e 180 ações e a Agenda Potiguar 2019/2022. O documento, assim como a primeira versão, foi entregue aos postulantes ao Governo do Estado, Senado e Presidência da República, durante os Fóruns “Caminhos do RN” e “Caminhos do Brasil”, promovidos pela FIERN.
Em 2020, o programa atingiu nova feição ao lançar uma versão digital, o Mais RN 4.0, que disponibiliza produtos de inteligência de dados para toda a sociedade, como as mais de 25 plataformas de Business Inteligence (BI) que traçam mais de 100 indicadores com dados de diversas fontes — emprego, desemprego, arrecadação pública, ICMS, PIB per capita do Município, PIB da Indústria, PIB dos Serviços, análise da evolução do emprego. Esses dados são atualizados continuamente para dar um panorama geral e sistematizado sobre determinado cenário ou setor da economia.
Atualmente, o MAIS RN atua como uma unidade de inteligência e pensamento estratégico contínuo, com a metodologia da tríplice hélice, que consiste em realizar parcerias e ações com o setor empresarial, instituições de ensino e pesquisa e com o poder público.
Sinalizar riquezas e as formas para alcançá-las
O diretor do MAIS RN, Marcelo Rosado, define o núcleo como “um farol alto e uma lupa, ao mesmo tempo — enxergando cenários a médio e longo prazo ou no tempo presente, a depender da necessidade de quem o procura”.
Rosado destaca que o MAIS RN sinaliza os caminhos para aproveitamento das riquezas do estado. “Sinalizamos onde está enterrado o ouro e como cavar para alcança-lo”, compara o diretor. “Esse trabalho possibilita enxergar um cenário otimista para o desenvolvimento econômico e industrial do RN”, completa.

Marcelo Rosado, diretor do MAIS RN
Outra capacidade do MAIS RN é predizer cenários e prever situações, de forma a mitigar ameaças no futuro. Mas, principalmente, permite enxergar as oportunidades e auxiliar decisões para aproveitá-las. “O MAIS RN é um estudo sempre em andamento, que permite enxergar o momento para auxiliar decisões para o futuro”, afirma o diretor. “Esse estudo contínuo possibilita as melhores decisões. Gestores públicos, investidores e empresários podem ter ações mais acertadas em qualquer área”, ressalta Rosado.
Pensar estrategicamente o RN
Ao definir o MAIS RN, o coordenador da unidade, José Bezerra Marinho, afirma que “não se trata de um plano, projeto ou programa — é um organismo pensante, de planejamento contínuo, e que pode tomar formas e conteúdos diferentes na medida em que interage com a realidade”.

José Bezerra Marinho, coordenador do MAIS RN | Foto: Canindé Soares
“Entendemos que o MAIS RN é uma absoluta inovação do ponto de vista da capacidade de pensar estrategicamente o Rio Grande do Norte”, destaca Marinho. “Nossa contribuição é trabalhar com os dados atuais, processá-los adequadamente e mostrar que estamos diante de um RN muito maior em cenários de oportunidades”, completa o coordenador.
Três vertentes de trabalho
A atuação do MAIS RN acontece em três dimensões. Uma delas é junto ao próprio Sistema Indústria, com ações junto aos demais setores das quatro casas que compõem o Sistema — FIERN, SENAI, SESI e IEL.
Nesse sentido, o gerente técnico da unidade, Pedro Albuquerque, aponta ações de destaque já realizadas, como a melhora na qualidade do trabalho da unidade de Mercado por meio da inteligência de dados; o auxílio na apresentação dos números levantados sobre os diversos setores econômicos do estado pela unidade de Economia e Estatística; a criação de uma plataforma de sindicatos, com sistematização dos potenciais de expansão de cada entidade sindical vinculada à FIERN para o Espaço Empresarial da Federação; e uma série de ações junto às Comissões Temáticas da FIERN para melhoria dos trabalhos e do acesso externo às discussões realizadas pelas comissões.

Pedro Albuquerque, gerente técnico do MAIS RN
Outra dimensão de trabalho do MAIS RN é a operacionalização da metodologia de trabalho em tríplice hélice. “Nessa vertente, realizamos acordos de cooperação técnica com parceiros externos e estabelecemos agendas propositivas para diferentes setores”, explica Albuquerque. “Pegamos temas complexos e importantes para o desenvolvimento do estado e traçamos parcerias com os órgãos por meio de acordos de cooperação técnica. Isso porque, quando você se junta para debater esses temas e trocar dados sensíveis, é necessário segurança jurídica”, completa o gerente.
A terceira dimensão de trabalho do MAIS RN é a inteligência de dados, que “é transversal a todas, apesar de ser autônoma”, comenta Albuquerque. “Consiste na captação de dados para formar informação, sistematização de plataformas, publicação de análises econômicas e atualização e correção de plataformas de BI”, continua.
O gerente técnico destaca o crescimento dessa vertente e o potencial desse trabalho. “Saímos de um único BI, que era o MAIS RN Digital, para aproximadamente 30 dashboards diferentes. Além disso, passam de 100 indicadores presentes nessas plataformas atualizadas continuamente, o que mostra um crescimento expressivo nos trabalhos do MAIS RN”, declara.
“Com isso conseguimos levar à população informações melhor apresentadas esteticamente e com análises de diversos dados dos setores econômicos do estado”, completa.
Futuro: inteligência de dados e integração de informações
A vertente da inteligência de dados no trabalho do MAIS RN é promissora para o futuro do núcleo. Entre os próximos passos da unidade do Sistema Indústria, está a integração à rede do Observatório da Indústria da Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Essa integração possibilitará a troca de dados e informações com outras unidades semelhantes, vinculadas a federações industriais de outros estados, como também ao próprio Observatório da CNI.
O diretor do MAIS RN explica que “a construção do núcleo visa essa integração de informações. Desde 2014, quando foi lançado, o compromisso da FIERN é investir para que o MAIS RN cresça, o que possibilita nossa integração com as tendências das outras federações, como e com a CNI”.
“Fizemos o ‘dever de casa’ e agora colhemos os frutos desse trabalho, com a troca contínua de dados e informações com esses outros cenários, tanto fornecendo como recebendo informações desses locais, o que enriquece ainda mais nossos diagnósticos e prognósticos”, comenta Rosado.
Já Marinho destaca que o MAIS RN tem “uma excelente capacidade de captura e processamento de informações. Essas informações, depois de processadas são devolvidas em ponto de uso para investidores e para o poder público”.
“Temos excelentes condições de contribuir muito no novo momento que o mundo vive com as tecnologias disponíveis”, conclui o coordenador.