Mercado de trabalho deve crescer acima das expectativas, aponta CNI

20/08/2025   11h03

 

A criação de empregos e a massa de rendimento dos trabalhadores cresceram acima das expectativas da CNI nos primeiros meses do ano. Para a segunda metade de 2025, o mercado de trabalho deve apresentar relativa estabilidade, uma vez que a economia deve crescer menos. O número de pessoas ocupadas deve aumentar 1,5% em 2025, 0,6 ponto percentual acima da projeção anterior. Os números integram o Informe Conjuntural do 2º trimestre, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na terça-feira (19).

 

A massa de rendimento real deve subir 5,5%, 0,7 ponto percentual a mais do que estimava o 1º Informe Conjuntural. Com isso, a taxa de desocupação média deverá registrar o menor patamar da história pelo segundo ano consecutivo, ficando em 6%.

 

Até julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 5,2% em 12 meses, situando-se acima da meta de 3%. No entanto, a inflação deve começar a ceder no 2º semestre, fechando o ano em 5%, acima do resultado de 2024, quando subiu 4,8%.

 

A inflação atual, as expectativas para o IPCA e as incertezas do cenário externo devem contribuir para que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantenha a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano até o fim de 2025. A política monetária contracionista deve limitar a 5,8% o crescimento real das concessões de crédito, abaixo dos 10,6% de 2024.

 

As despesas primárias do governo federal devem crescer 3,3% em 2025, ante uma elevação de 2,2% da receita líquida, já considerando a arrecadação extra por causa do aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) e pela antecipação dos leilões de áreas não contratadas do pré-sal. Com isso, o governo deve encerrar o ano com déficit primário de R$ 22,9 bilhões, o equivalente a 0,2% do PIB, respeitando o limite inferior da meta de resultado primário, que é de déficit de R$ 31 bilhões (0,25% do PIB).

 

A dívida bruta deve subir de 76,5% do PIB, em 2025, para 79% do PIB, em 2025. Para a CNI, sem um controle mais rígido das despesas obrigatórias, não será possível reverter a trajetória de crescimento da dívida pública.

 

O Informa Conjuntural da CNI apontou também, pressionada pelos juros altos e o cenário externo turbulento, a indústria deve crescer menos em 2025. O levantamento reduz de 2% para 1,7% a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) do setor. Por outro lado, a projeção para a agropecuária é de alta significativa, passando de 5,5% para 7,9%. O setor, somado a um mercado de trabalho aquecido, deve sustentar o crescimento de 2,3% do PIB mesmo em meio ao aumento das tarifas americanas sobre as exportações brasileiras.

Para ler mais sobre o informe conjuntural acesse a reportagem da Agência de Notícias da Indústria aqui:

noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/economia/expectativa-de-crescimento-da-industria-em-2025-cai-para-17-projeta-cni/