Presidente da FIERN participa em Belo Horizonte da 24ª Reunião Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão

5/07/2023   17h11

O presidente da FIERN e diretor primeiro secretário da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Amaro Sales de Araújo, participa, nesta quarta (5) e quinta-feira (6), da 24ª Reunião Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão. Durante o encontro, que é uma iniciativa da CNI e da Federação Empresarial japonesa (Keidanren), lideranças empresariais e representantes dos governos dos dois países definem iniciativas para fortalecer a relação econômica entre os dois países. O diretor primeiro tesoureiro da FIERN, Roberto Serquiz, também está em Minas Gerais para a plenária do Conselho Empresarial, que ocorre no Centro Cultural Sesi Minas. Na manhã desta quarta-feira, Amaro Sales e Roberto Serquiz participaram da reunião de diretoria da CNI, na sede FIEMG (Federação das Indústrias de Minas Gerais), antes da abertura da plenária.

 

“Esses diálogos que marcam a 24ª Reunião Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão tem o potencial de abrir novas perspectivas para as exportações, com os debates e definição de medidas que buscam o crescimento do intercâmbio de negócio e da atração de investimentos. Trata-se de uma perspectiva que é muito positiva para a economia do Nordeste e, particularmente, para a do Rio Grande do Norte, porque tem uma ênfase em energia renovável, ampliação das trocas comerciais e na inovação. Nesse sentido, o empreendedorismo tem novas possibilidades”, destacou Amaro Sales.

 

 

O diretor tesoureiro da FIERN, Roberto Serquiz, que é presidente eleito da FIERN para mandato que começa em outubro deste ano, ressaltou a importância do evento para o crescimento do fluxo comercial entre os dois países, aumento das exportações e parcerias que podem abrir novas possibilidades de intercâmbio tecnológico que favoreçam a indústria. Nessa perspectiva, o governador Romeu Zema assegurou, durante pronunciamento da abertura do Conselho Empresarial Brasil-Japão, a segurança jurídica e ambiental para quem desejar investir em Minas Gerais.

 

 

 

A plenária da 24ª Reunião do Conselho Empresarial Brasil-Japão discute os principais temas da agenda bilateral para aumento dos fluxos comerciais, com ênfase — segundo a CNI — na descarbonização, energia limpa, comércio e diversificação de cadeias globais de valor. Entre as prioridades estão, divulgou a Confederação Nacional da Indústria, intercâmbios que contribuam para a digitalização e Indústria 4.0. O objetivo é facilitar o relacionamento comercial entre empresas e debater propostas para a melhoria do ambiente de negócios.

 

 

Criado em 1974, o Conselho Empresarial Brasil-Japão (Cebraj) é uma iniciativa da CNI e da Keidanren para identificar temas estratégicos para a melhoria do ambiente de negócios e indicar, aos governos dos dois países, a agenda prioritária para o comércio bilateral. A seção brasileira do conselho é formada por empresas, grupos empresariais e entidades representativas.

 

O país asiático é atualmente o 9º maior fornecedor externo brasileiro e ocupa a mesma posição na lista das economias que mais investem no Brasil. De 2012 até o momento, os investimentos japoneses anunciados no Brasil se concentraram em veículos automotores (23,1%), componentes automotivos (22,3%), serviços financeiros (11,4%), borracha (8,5%) e alimentos e bebidas (5,8%). No mesmo período, todo o investimento anunciado pelo Brasil no Japão foi no setor de serviços empresariais, com um total de US$ 12,3 milhões.
Em relação ao comércio, as exportações de bens do Brasil para o Japão somaram US$ 55,4 bilhões no acumulado da última década, enquanto as importações brasileiras vindas do país asiático somaram US$49,7 bilhões. As vendas do Brasil para o país, no entanto, estão concentradas em commodities, o que indica a necessidade de diversificar e agregar valor à pauta exportadora.

 

De acordo com um levantamento elaborado pela Apex-Brasil, o Brasil tem oportunidades de exportações para o Japão em um total de 357 produtos. Para a indústria de transformação, que é muito importante no comércio bilateral entre os países, as oportunidades brasileiras de exportações para o país asiático envolvem 301 bens – os principais setores industriais são os de alimentos (23,3%), bebidas (21,6%), fumo (9,3%), produtos têxteis (7,3%), vestuário e acessórios (6,0%) e couros e calçados (5,5%).

 

Um levantamento da CNI apontou que o Japão aplica tarifa média de 6% no geral aos produtos brasileiros, enquanto em produtos da agroindústria a média tarifária atinge 16%. No que diz respeito à integração comercial entre Brasil e Japão, o Acordo de Parceria Econômica (EPA, na sigla em inglês) entre Mercosul e Japão contará com aspectos de estímulo como regras aduaneiras para aumentar a celeridade do comércio, abertura do mercado de compras governamentais, aumento dos investimentos bilaterais e do comércio bilateral de serviços e estímulo à cooperação e ao intercâmbio de tecnologia entre Brasil e Japão.

 

Em 2022 os governos brasileiro e japonês celebraram um acordo bilateral de fomento ao mercado regulado de crédito de carbono. O objetivo é promover troca de informações, boas práticas e experiências sobre os mecanismos do mercado para redução da emissão, além de incentivar os setores empresariais dos dois países a investir em projetos de mitigação de mudanças climáticas.

 

Os países foram os primeiros a assinar um protocolo de intenções relacionado ao tema desde a aprovação do Artigo 6 do Acordo de Paris na COP26, em novembro de 2021.