
O empresario Luiz Roberto Barcelos destacou que a Agrícola Famosa – maior produtora de frutas do país – é uma demonstração de que o semiárido não deve ser visto como sinônimo de pobreza. Para ele, o problema não está nas dificuldades climáticas, mas na ausência de vontade política para assegurar condições favoráveis ao desenvolvimento e ao setor produtivo.
Durante palestra no Seminário Motores do Desenvolvimento do RN, Barcelos disse que o investimento em transposição de bacias com ampla oferta de água é uma das alternativas para melhorar as condições para produção na região. Outra é o uso das águas acumuladas no subsolo.
Ele afirmou que a transposição não só do Rio São Francisco, mas também a partir de Tocantins, pode melhorar a oferta de água no Semiárido do Nordeste. A tecnologia necessária para este tipo de projeto está disponível, acrescentou, há um século.

O empresário narrou que fez o caminho inverso das pessoas que saíram do Nordeste em busca de oportunidade, uma vez que veio de Ribeirão Preto, município de São Paulo, para o Rio Grande do Norte.
Hoje, a Famosa gera 9 mil empregos. “Tudo que construí foi graças ao Semiárido”, disse, Barcelos. Para ele, isto demonstra que, a exemplo de países como Israel, o desafio não é o clima. Para o empresário, no semiárido brasileiro, os entraves aos setores produtivos são mais graves do que as características geográficas e e climáticas.
A Famosa, informou, conseguiu crescer no semiárido, ao apostar na produção de frutas. A empresa fatura R$ 630 milhões no ano e parte significativa deste valor é destinada ao pagamento de salários e encargos sociais.
Trata-se de uma das maiores empresas agrícolas brasileiras e a maior exportadora de frutas do país. Ocupa uma área de 30 mil hectares, dos quais 11 mil com o cultivo de melões e melancias, e 2 mil com o bananas, papaia, maracujá, aspargos e a criação de gado e peixes.
Para o empresário, é preciso compreender as potencialidades da região para ter um crescimento de forma sustentável. “No semiárido norte-riograndense, evapora-se quatro vezes mais água do que chove. Isso só pode ser resolvido de duas formas: trazendo água de outro lugar ou explorando sustentavelmente a água do subsolo. E a região é rica em água em seu subsolo”, disse