O Sindicato da Indústria de Pesca do Rio Grande do Norte (SINDIPESCA-RN) reuniu empresas pesqueiras, representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e de organizações públicas e privadas que trabalham junto ao setor para um debate sobre a pesca oceânica como vetor de conservação e sustentabilidade. O evento iniciou nesta terça-feira (26), com apresentações de iniciativas que buscam promover essa sustentabilidade no setor pesqueiro, e segue até esta quarta-feira (27), na Casa da Indústria.
Participaram do evento representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), da Agência de Inovação da UFRN (AGIR/UFRN), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Sebrae, e da Paiche, empresa de consultoria especializada em pesca sustentável.

Para o presidente do Sindipesca-RN, Gabriel Calzavara, o evento é inovador e extremamente necessário. “É um momento para integrar um dos segmentos mais importantes dentro da atividade pesqueira às instituições que têm o papel de monitorar e gerir os recursos pesqueiros e também envolvendo a universidade. Isso gera um ambiente de debate para encontrar um caminho para a pesca sustentável”, destaca.
“Também é uma oportunidade de nos construirmos melhor enquanto Sindicato e associar as práticas já existentes nas empresas às ações dos órgãos de monitoramento. Somos parceiros na luta pela sustentabilidade do recurso pesqueiro e, consequentemente, da atividade da pesca industrial”, completa Gabriel.
A analista ambiental do ICMBio, Mônica Peres, aponta que o encontro é um momento de construção conjunta. “Temos a oportunidade de atualizar e discutir passos necessários para avançar nas ações de promoção da sustentabilidade da pesca e conservação da biodiversidade oceânica”, ressalta.

Ações dos parceiros
As apresentações de iniciativas que buscam promover a sustentabilidade no setor pesqueiro iniciaram com o projeto piloto “Parceiros”, liderado pelo ICMBio, que está testando e desenvolvendo o monitoramento eletrônico da pesca e a rastreabilidade de origem do pescado. O objetivo do projeto é promover a gestão da pesca como vetor de conservação nas Grandes Unidades Oceânicas, que compreende as Áreas de Proteção Ambientais (APA) e os Monumentos Naturais (MONA) dos Arquipélagos de Trindade e Martim Vaz; e de São Pedro e São Paulo.
Além do monitoramento eletrônico das embarcações, o projeto ainda lança mão de um sistema e documentação eletrônica de captura do pescado e propõe um Selo de Sustentabilidade e Boas Práticas para as empresas participantes que atenderem aos critérios.
O superintendente regional do Ministério de Agricultura e Pecuária no Rio Grande do Norte, Roberto Papa, falou sobre os procedimentos e sistemas de rastreabilidade e certificação do MAPA. “Além do monitoramento, buscamos sempre a capacitação e diálogo das instituições junto às empresas para certificar as boas práticas”, afirma.

Já o supervisor da Gestão de Prospecção e Avaliação de Tecnologias da Embrapa, Anderson Alves, apresentou o Sistema Agro de Rastreabilidade do Atum, desenvolvido junto à empresa de tecnologia Ferpal. “Hoje estamos entrando em todas as cadeias do agro, inclusive a da pesca do atum, com a rastreabilidade do pescado”, explica.
A doutora em Oceanografia Biológica e diretora da Paiche Consultoria, Cintia Miyaji, finalizou as apresentações falando sobre o Sistema Eletrônico de Documentação de Captura e Ratreabilidade e da proposta de Conceito e Critérios do Selo de Sustentabilidade. “Quando falamos em rastreabilidade, é sobre toda a cadeia, desde a extração do pescado até o consumidor final, para garantir a conformidade às boas práticas de sustentabilidade”, frisa.

Comissão de Inovação da FIERN busca soluções tecnológicas para o setor pesqueiro
Ainda na terça-feira, o coordenador do Grupo de Trabalho 1 da Comissão de Inovação, Ciência e Tecnologia da FIERN (COINCITEC) e da Agência de Inovação da UFRN (AGIR), Jefferson Oliveira, falou sobre a nova edição do projeto Conexões RN – Indústria & Academia, que vai buscar inovações e tecnologias que podem melhorar a competitividade e produtividade das empresas de pesca atuneira do Rio Grande do Norte.
A iniciativa, realizada em parceria com o Sindipesca-RN, tem o objetivo de encontrar, dentro das Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) e Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), atuantes no Ecossistema de Inovação do Rio Grande do Norte, soluções já existentes e provocar a criação de novas respostas para os desafios das empresas industriais do estado.
“Queremos desenvolver propostas personalizadas que possam atender demandas específicas das empresas. A meta é que as tecnologias sejam desenvolvidas para de fato superar desafios reais do setor produtivo”, explica Jefferson.

Texto e fotos: Guilherme Arnaud
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