A Sondagem das indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte, elaborada pela FIERN, mostra que a produção industrial do estado caiu em maio pela quarta vez em 2018, segundo a percepção dos empresários do setor. O indicador de evolução da produção atingiu 40,9 pontos no mês, o nível mais baixo desde janeiro de 2017 quando registrou 40,7 pontos. Em relação a abril, o indicador recuou 16,7%.
O declínio mais intenso da atividade no mês pode ser interpretado como decorrente do impacto da greve dos caminhoneiros, ocorrida entre 21 e 30 de maio, que paralisou a atividade produtiva do país ao represar mercadorias, insumos e matérias-primas nas rodovias.

No caso da indústria potiguar, acompanhando o recuo da produção, o nível médio de utilização da capacidade instalada (UCI), diminuiu de 71% para 66%, acentuando a ociosidade das máquinas e equipamentos, o indicador de número de empregados continuou em queda e a intenção de investimento também recuou.
Quando comparados os dois portes empresariais pesquisados observa-se que a paralisação afetou a ambos, mas com particularidades distintas no que diz respeito ao comportamento dos estoques de produtos finais. E isto se deve à amplitude do mercado de cada um. As médias e grandes indústrias (com 50 ou mais empregados), que vendem seus produtos para regiões mais distantes do local de produção, ficaram com acúmulo de mercadorias por não conseguirem escoá-las. As pequenas (entre 10 e 49 empregados), por sua vez, que tendem a entregar seus produtos no mercado local, foram prejudicadas por falta de matérias-primas.
Na sequência da greve, o impasse gerado pela Medida Provisória Nº 832, de 27 de maio, que instituiu a política de preços mínimos do transporte rodoviário de cargas e a Resolução da ANTT No 5.820, de 30 de maio, que publicou a tabela correspondente, inclusive com preços mínimos acima dos anteriormente praticados, acabou gerando mais incertezas que fizeram moderar as expectativas de compras de matérias-primas pelo conjunto do setor durante os próximos seis meses. Esta perspectiva coincide com a das médias e grandes indústrias, ao passo que as pequenas preveem queda nas aquisições de matérias-primas.
Comparando-se os indicadores avaliados pela nossa Sondagem Industrial com os resultados divulgados em 25/06 pela CNI para o conjunto do Brasil observam-se avaliações absolutamente convergentes, uma vez que a indústria nacional também foi negativamente impactada pela greve dos caminhoneiros.
Acesse a íntegra da Sondagem local.
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