A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera o Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) como um passo estratégico na agenda de integração do Brasil ao comércio internacional. A conclusão do acordo comercial foi anunciada na abertura da Cúpula do Mercosul, nesta quarta-feira (2), em Buenos Aires, na Argentina.
A EFTA é composta por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. O bloco econômico reúne PIB de US$ 1,4 trilhão e população de 15 milhões de pessoas, configurando um importante mercado consumidor devido ao elevado PIB per capita, de US$ 119 mil. O grupo é a quarta maior origem mundial de investimentos estrangeiros.
“A negociação desse acordo abre oportunidades muito grandes para o setor produtivo brasileiro e amplia a presença da nossa indústria no comércio internacional porque oferece condições melhores de acesso a mercados relevantes e com alto poder de consumo”, avalia o presidente da CNI, Ricardo Alban.
A exportação para a EFTA traz retorno econômico vantajoso ao Brasil. Em 2024, a cada R$ 1 bilhão exportado do Brasil para o bloco europeu resultou em 19,8 mil empregos, R$ 448,7 milhões em massa salarial e R$ 3,4 bilhões em produção.
Acordo prevê redução de tarifas e remoção de barreiras
Um dos maiores benefícios do acordo é a eliminação imediatamente de tarifas de importação de bens industriais pela EFTA e ampliação de cotas para a compra dos principais produtos da agroindústria, o que amplia o acesso do Brasil a mercados desenvolvidos e com alto poder de consumo.
A CNI promoveu diálogos e colaboração entre o governo brasileiro e a indústria durante a negociação do Acordo Mercosul–EFTA. A entidade ressalta que o acordo prevê períodos de redução de tarifas de até 15 anos para produtos de setores mais sensíveis à competitividade com a indústria europeia.
Nos temas de compras públicas e propriedade intelectual, destaca a importância da preservação da regulação prevista na legislação doméstica, cruciais na promoção de políticas públicas de interesse econômico e social.
“A conclusão de acordos comerciais modernos com parceiros estratégicos, como a União Europeia, concluído em 2024, e agora com a EFTA, representa um marco na agenda de inserção internacional da indústria brasileira, afirma a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri.