Chamada Pública SENAI-CTG Brasil atrai 36 projetos em hidrogênio verde no país com soma de R$ 186 milhões

29/11/2021   13h13

O hidrogênio a partir de fontes renováveis de energia, como eólica, é apontado como opção para reduzir os impactos do efeito estufa | Crédito da Arte: Thúlio Rêgo

 

A “Missão Estratégica Hidrogênio Verde”, maior chamada pública no Brasil para apoio a projetos de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) com foco em Hidrogênio Verde, recebeu um total de 36 inscrições, oriundas de 14 estados do país, com valor somado de R$ 186 milhões em propostas. A cifra é mais de 10 vezes a prevista no edital (R$ 18 milhões) e está concentrada principalmente em projetos para produção do chamado “combustível do futuro”. A Chamada Pública é uma parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e a CTG Brasil, uma das líderes em geração de energia limpa no País.

 

O prazo de submissão das propostas foi encerrado sexta-feira (19). Em balanço divulgado nesta segunda (29), o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), que coordena nacionalmente a ação, observa que o edital atraiu desde startups até grandes empresas. O objetivo, segundo os organizadores, é impulsionar soluções em PD&I capazes de gerar negócios. Entre as ideias apresentadas, 74% focam na produção de hidrogênio, 20% no uso industrial, 3% no transporte e outros 3% em certificações do produto.

 

“Atrair projetos que correspondem a 10 vezes o valor do edital, envolvendo 50% das unidades da federação, representa o momento que a gente está vivendo, de sociedade preocupada com combustíveis mais limpos e a adesão das empresas a esse novo pensamento”, diz o diretor do ISI-ER, Rodrigo Mello, observando que os R$ 186 milhões relativos aos projetos incluem R$ 21 milhões em contrapartidas das empresas proponentes para financiamento, um dos requisitos previstos no edital.

 

“Investimos na matriz energética brasileira, com foco na diversificação de nosso portfólio de ativos e na complementariedade das fontes de geração de energia. Para atingir esses objetivos, contamos com parcerias estratégicas, como essa. O hidrogênio verde terá papel fundamental na transição da matriz energética mundial e queremos fazer parte desse movimento. Conhecer todas essas iniciativas inscritas na chamada estratégica, nos faz ter a confiança de que teremos projetos relevantes de hidrogênio verde para apoiar, desenvolver e implantar nos próximos meses”, ressalta Silvio Scucuglia, diretor de Estratégia e Desempenho Empresarial da CTG Brasil

 

Rodrigo Mello, diretor do ISI-ER: Resultado retrata preocupação da sociedade com combustíveis mais limpos e adesão das empresas a esse novo pensamento

 

Estados
De acordo com os dados levantados, as propostas apresentadas tiveram valor médio de R$ 6 milhões. No Paraná, estado que lidera em participação, a soma dos projetos alcança R$ 24,2 milhões. Os estados de Santa Catarina (R$ 17,20 milhões), Ceará (R$ 16,4 milhões), Rio Grande do Norte e Amapá (empatados com R$ 14,5 milhões) aparecem em seguida no ranking. Mato Grosso do Sul, Bahia, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Espírito Santo, São Paulo e Maranhão também entraram na disputa.

 

“Essa é uma iniciativa inédita no Brasil com foco no hidrogênio verde e com essa envergadura. É uma área que começa a crescer agora no país e esses resultados confirmam que o interesse que desperta é absoluto”, acrescenta o diretor do ISI-ER.

 

Seleção
A primeira fase da seleção segue agora com a análise das propostas. O resultado preliminar é previsto para 1º de dezembro. Segundo Mello, os projetos que avançarem para a segunda etapa passarão por uma curadoria para identificação de possíveis sinergias e aprovação final da CTG Brasil, que destina recursos à chamada pública por meio do programa Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da ANEEL.

 

O resultado final sai em 17 de dezembro. Já no início de 2022 inicia-se um novo ciclo: a prospecção de possíveis parceiros internacionais para o desenvolvimento das ideias selecionadas. Não há uma estimativa de quantos dos inscritos serão contratados. Os projetos escolhidos terão prazo de execução de até 36 meses, a partir da assinatura do contrato.

 

SAIBA MAIS
A “Missão Estratégica Hidrogênio Verde” foi lançada em outubro deste ano, durante inauguração do Habitat de Inovação da CTG Brasil no Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN, em Natal. A empresa foi a primeira empresa do setor de energia a instalar um escritório de inovação no espaço.

 

Uma das áreas de interesse da companhia, o hidrogênio verde a partir de fontes renováveis de energia, como eólica e solar, é alternativa à produção a partir de gás metano – mais comum hoje e mais poluente.

 

Conhecido como “combustível do futuro”, o hidrogênio verde é apontado globalmente como opção para reduzir os impactos do efeito estufa, substituindo, por exemplo, combustíveis fósseis em meios de transporte e insumos usados na linha de produção da indústria.

 

Sobre a CTG Brasil
A CTG Brasil trabalha para desenvolver o mundo com energia limpa em larga escala. Segunda maior geradora privada de energia do País, conta com a dedicação de seus talentos locais e está comprometida em contribuir com a matriz energética brasileira, pautada pela responsabilidade social e respeito ao meio ambiente. A empresa tem investimentos em 17 usinas hidrelétricas e 11 parques eólicos, com capacidade instalada total de 8,3 GW. Criada em 2013, é parte da China Three Gorges Corporation, uma das líderes globais em geração de energia limpa.

 

Sobre os Institutos SENAI de Inovação
O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) está inserido na maior rede privada de institutos de pesquisa, desenvolvimento e inovação criada no Brasil para atender as demandas da indústria nacional, composta por 26 Institutos SENAI de Inovação. A Rede de Institutos SENAI de Inovação tem como foco de atuação a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática, no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios. Desde a criação da rede, em 2013, mais de R$ 1,2 bilhão foram mobilizados em 1.332 projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). A estrutura conta com mais de 930 pesquisadores, dos quais cerca de 52% possuem mestrado ou doutorado.