O desenvolvimento de uma política industrial voltada para as necessidades do Rio Grande do Norte tem sido um dos focos do Observatório Mais RN, da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN). De acordo com o gerente do observatório, Pedro Albuquerque, o núcleo de planejamento estratégico da FIERN tem se dedicado pelos últimos seis meses a desenvolvê-la não como uma estratégia pontual, mas como um plano que abrange diversos setores do estado.
O gerente do observatório lembra que o tema não é novidade para a FIERN, pois remonta a discussões anteriores, tendo seu ponto inicial em 2014. Neste ano, o Instituto de Pesquisa Macroplan, financiado pela própria Federação das Indústrias e pela classe produtiva, apresentou o estudo “Mais RN”, que dedicou um capítulo ao tema. O documento lançou as bases para a compreensão do que é uma política industrial.
Ele explica ainda que, quando se debate a temática de uma política industrial, são pensados diversos aspectos que compreendem o estado, sua economia e sua gestão. “Você debate setores importantes e necessários que devem existir numa secretaria de desenvolvimento, por exemplo, estudos, pesquisas e projetos de atração de investimento que devem existir dentro do estado, você tem que discutir política de educação”, explica.
Ainda de acordo com ele, a política industrial concebida pela Federação é mais do que uma estratégia. Ela se configura como um projeto de lei. Enquanto os planos tradicionais representam propostas de industrialização, a política industrial proposta pela Federação é um instrumento legislativo que deve ser mantido independente de um governo.
“A palavra-chave é uma política de estado e não de governo. Por isso deve ser uma lei, uma obrigação que vai ter que ser feita independente do governo. Você tem linhas de ação para indústrias que serão mantidas por força da legislação e não por força de interesse do governo”, detalha.
Ao apresentar uma política industrial como projeto de lei, a Federação não apenas delimita estratégias, mas propõe uma legislação que consolida diretrizes e medidas para o desenvolvimento industrial sustentável e competitivo no Rio Grande do Norte.
“Quando falamos de uma política, temos que falar de longo prazo. O que é que a gente quer ser daqui a 10 anos, daqui a 15 anos? Qual é a infraestrutura que nós vamos desenvolver hoje? Quais são os centros de formação que nós vamos desenvolver hoje? Como os bancos vão se organizar?”, exemplifica Pedro Albuquerque.
A explicação fez parte de uma entrevista concedida à rádio CBN, nesta segunda-feira (23). O gerente explicou outros aspectos da matriz industrial do Rio Grande do Norte, seus setores mais fortes, bem como perspectiva de crescimento para 2024.