A Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) marcou presença na audiência pública “Trabalho igual. Salário igual”, na manhã desta sexta-feira (6), na Assembleia Legislativa do RN (ALRN). A coordenadora executiva de Relações Institucionais e com o Mercado da FIERN, Ana Adalgisa Dias, participou do debate que girou em torno da igualdade salarial entre homens e mulheres.

 

“Temos que começar a criar uma cultura, porque é na cultura que está esse desafio. Lutamos tanto pra conquistar aquele espaço que, quando temos a oportunidade, podemos ter receio de dizer que não aceitamos essa disparidade salarial. Não estou nos culpando, longe disso, mas temos que falar mais firme, também”, afirma Ana Adalgisa.

 

 

Ela citou o Ela Faz Indústria, projeto lançado pela FIERN para promover e formar novas lideranças femininas no setor industrial. “A gente tem que chamar essas lideranças para ocupar os espaços nos sindicatos patronais, na federação, e termos sempre a visão feminina. A indústria potiguar precisa e está fazendo o seu papel nessa transformação”, completa a coordenadora executiva.

 

A deputada Cristiane Dantas, propositora da audiência, ressalta que o debate é importante para a garantia e justiça de direitos. “Mesmo com tantos instrumentos legais no sentido da igualdade salarial entre gêneros, a realidade continua a nos impor um duro contraste. O terceiro relatório da transparência salarial de 2025 aponta que as mulheres recebem 19,09% a menos do que os homens no Rio Grande do Norte. Temos a responsabilidade coletiva de transformar esse cenário”, destaca.

 

O debate foi proposto conjuntamente com a BPW (Business Profissional Women), organização internacional sem fins lucrativos que tem como objetivo promover o desenvolvimento profissional e pessoal de mulheres, bem como o empoderamento feminino. “É não só uma questão de justiça, mas de reconhecimento. O trabalho das mulheres não vale menos, então não pode ser menos valorizado”, frisa a presidente da BPW Natal, Fátima Maria Soares de Lima.

 

A advogada Adriana Magalhães, diretora jurídica da BPW, aponta que apesar dos avanços nas leis trabalhistas e nos debates sobre igualdade de gênero, a desigualdade salarial ainda persiste. “Dados do RAIS atestam que as mulheres recebem 25% a menos, mesmo em cargos semelhantes, com a mesma qualificação e responsabilidades. Combater a desigualdade salarial necessita de medidas concretas, como a transparência e políticas de promoção da igualdade”, aponta.

 

Também participaram do debate a Subprocuradora Geral do Trabalho, Ileana Neiva; a analista legislativa da Fecomércio-RN, Lucyana Maia; a 1ª vice-presidente da CDL Natal, Maria Luiza Fontes; a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/RN, Geyse Raulino; e a integrante da BPW Internacional Edna Barbosa.