Na Semana do Meio Ambiente, presidente do SINDRECICLA-RN destaca potencial e crescimento do setor de reciclagem

6/06/2022   16h27

O setor de reciclagem, no Rio Grande do Norte, tem crescido, principalmente nos últimos dois anos, mas há um potencial para um desenvolvimento ainda maior se houver os incentivos adequados para adesão das empresas e consumidores. A avaliação é do presidente do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do Estado do RN (SINDRECICLA-RN), Etelvino Patrício de Medeiros. Ele destaca que este período próximo do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, é uma ocasião propícia para lembrar que a transformação de resíduos sólidos significa uma oportunidade e precisa ter uma atenção cada vez maior, porque além do benefício econômico, é uma exigência da legislação.

 

“O setor tem crescido diante das inúmeras vantagens da reciclagem para as empresas, os consumidores e a sociedade, do ponto de vista econômico, social e ambiental. Mas, além disso, a própria legislação tem exigido o reaproveitamento de materiais e outras medidas semelhantes”, afirma o presidente do SINDRECICLA.

 

 

Ele cita como exemplos as determinações das leis da Política Nacional de Resíduos Sólidos, do Marco Nacional de Saneamento e da Logística Reversa, que também está regulamentada. Etelvino Patrício ressalta que no caso da logística reversa a regulamentação que determina o retorno de parte dos materiais já utilizados para o processo produtivo, visando o reaproveitamento, assegura um tratamento ambientalmente adequado.

 

O presidente do SINDRECICLA afirma também que diante dessas exigências e a ampliação do conhecimento sobre as vantagens da reciclagem, há uma expansão da atividade. Ele estima que mais de 16 mil pessoas trabalham no segmento no Rio Grande do Norte, entre colaboradores das empresas do setor e pessoas que têm fonte de renda a coleta de materiais.

 

Na área de transformação de materiais ferrosos e não ferrosos, empresas filiadas ao Sindicato exportam atualmente para países asiáticos, europeus e aos Estados Unidos. Também há uma intensa transformação de papelão, plásticos e outros materiais reaproveitados. As estimativas indicam uma reciclagem de 12 mil toneladas em 2019, ano do mais recente levantamento disponível.

 

Mas o potencial é ainda maior. O presidente do SINDRECICLA afirma que 2% dos resíduos que são produzidos passam por reciclagem no Rio Grande do Norte e há potencial para chegar a 42%. A indústria tem uma capacidade instalada para processar mais do que atualmente transforma, mas falta matéria prima, uma vez que a coleta ainda é insuficiente.

 

Por isso, apesar de ser cada vez mais amplo o conhecimento sobre os benefícios da reciclagem, ele considera que é importante ampliar as campanhas de divulgação sobre o tema. “A conscientização é oportuna, é importante fazer campanhas educacionais sobre o tema, mostrar que o processamento de materiais tem resultados positivos, com geração empregos, movimentação econômica, ganhos ambientais. Em uma residência, apenas separar o lixo seco do molhado já facilita para a reciclagem”, afirma.

 

Etelvino Patrício defende também o avanço das leis de incentivos para estimular a adesão de empresas e consumidores. “O Poder Público deve incentivar, porque quanto mais tiver a participação, maiores serão as implicações benéficas para a sociedade, até mesmo para a saúde pública. O reaproveitamento de materiais tira, por exemplo, garrafas e outros recipientes que favorecem a dengue. Esse é um exemplo de como o desenvolvimento do setor tem uma repercussão positiva”, argumenta.