O SENAI do Rio Grande do Norte anunciou, oficialmente, o primeiro programa de certificação profissional para “inspetor de soldagem nível 1”, no estado. O programa será oferecido pelo Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), da instituição, em parceria com a Firjan SENAI, do Rio de Janeiro.

 

Um curso preparatório para as provas – exigido para quem não fez curso técnico, tecnólogo ou de pós-graduação em soldagem, mas quer buscar a certificação – terá início em 18 de março, em formato semipresencial, em Natal, com carga horária de 180 horas.

 

Para participar, é preciso ter, no mínimo, 18 anos, formação e experiência em soldagem.

 

As matrículas estão abertas no site www.rn.senai.br (Clique aqui para acessar a página). O investimento no curso é de R$ 2.765,00, com possibilidade de parcelamento em até 12 vezes.

 

Crescimento
O diretor do SENAI-RN, Rodrigo Mello, destaca que o mercado para inspeção está aquecido, embalado por setores como petróleo e energia. A tendência na área, analisa, é de “super crescimento”.

 

“O Rio Grande do Norte tem vivido a retomada da indústria metalúrgica, especialmente com a chegada de novos atores no processo de óleo e gás e a volta do crescimento nessa área. Além disso, enxergamos novas possibilidades com a prospecção da Petrobras em águas profundas e a perspectiva de produção de energia eólica no offshore (no mar)”, diz.

 

Levantamento do CTGAS-ER mostra que a média salarial para a ocupação no Brasil é de R$ 6.788,00, podendo chegar a R$ 9.604,00.

 

O programa marca não só a estreia do curso e da certificação no Rio Grande do Norte, mas a retomada do processo para a região Nordeste. “O processo de certificação era ofertado na Bahia, mas não existe mais, ficando toda a demanda praticamente no Sudeste do país”, diz o instrutor de Educação e Tecnologias do SENAI-RN em soldagem, Kergivaldo Medeiros.

 

Para Rodrigo Mello, “essa é uma oportunidade para a empresa nordestina e para profissionais da região terem mais perto, numa condição muito mais simples, sem necessidade de custo de deslocamento para fora do Nordeste, o treinamento necessário para alcançar o objetivo final, que é a certificação em inspetor de solda”. “A oportunidade de fazer aqui facilita. É mais barato e rápido. O SENAI do Rio Grande do Norte trouxe a Firjan para viabilizar um maior acesso de profissionais da região à certificação em inspetor de solda”, frisa.

 

Curso
A programação do curso preparatório inclui um “módulo básico” e um “módulo específico”, em que são previstas abordagens sobre normas técnicas, metrologia, planejamento do serviço e avaliação da conformidade na execução da soldagem de corpos de prova, entre outros temas.

 

As provas de certificação estão previstas para junho. O público-alvo são profissionais com experiência em solda, incluindo alunos e ex-alunos de Mecânica, Eletromecânica e Soldagem. “A Firjan é hoje a principal referência na Rede SENAI para certificação de profissionais de Solda, destacando-se inclusive fora do Brasil. A parceria com o CTGAS-ER corrobora com a missão de formação de profissionais para a indústria, abre caminhos para que os profissionais ampliem conhecimentos e possam progredir na carreira, além de conectar a rede SENAI na estratégia de soluções conjuntas para o mercado”, diz a diretora do CTGAS-ER, Amora Vieira.

 

O Inspetor de Soldagem Nível 1 faz o controle e o acompanhamento da “junta soldada” – ou seja, inspeciona as atividades envolvidas na soldagem. “A certificação normalmente é uma exigência contratual e obrigatoriamente segue padrões normativos. Como exige um vasto conhecimento técnico da área, estes profissionais são bem mais remunerados que os soldadores, desse modo, os soldadores veem a certificação como uma progressão na carreira”, acrescenta Kergivaldo Medeiros.

 

 

Certificação envolve provas teóricas e práticas

 

O processo de certificação envolverá provas teóricas e práticas, realizadas de forma presencial em Natal. Para passar pela avaliação, é preciso cumprir pré-requisitos como acuidade visual e aprovação no programa de treinamento – o curso preparatório exigido para candidatos/as que têm o ensino médio completo ou formação técnica/de nível superior em área diferente da soldagem, a exemplo de mecânica, metalurgia, naval, eletromecânica, mecatrônica e engenharia.

 

“O treinamento tem carga horária e conteúdo programático compatíveis com uma norma de certificação, que é a norma 14842. Ele é um dos pré-requisitos para os exames de certificação. Os exames são compostos de 7 provas, uma teórica e mais seis provas práticas”, explica o coordenador de Certificação Profissional da Firjan SENAI, Ricardo Barreto.

 

Profissionais que queiram fazer ‘retreinamento’, para relembrar conceitos e práticas, segundo ele, também são bem-vindos no curso. “É como o indivíduo que tirou a carteira de motorista e vai na auto escola fazer aulas para realizar a prova”.

 

O manual do candidato detalhando todas as etapas necessárias aos exames está disponível no site firjan.com.br (Clique aqui para acessar).

 

Quem tem curso técnico, tecnólogo ou de pós-graduação em soldagem é isento do treinamento, ou seja, não precisa realizá-lo para fazer as provas de certificação, desde que possua, além de formação comprovada, experiência profissional de no mínimo seis meses em atividades de soldagem – em áreas como projeto, qualidade, fabricação, construção ou montagem de equipamentos e manutenção.

 

Candidatos/as que alcançarem os níveis de desempenho requeridos nas provas receberão certificado atestando para o mercado que têm as competências necessárias para prestar um serviço de qualidade.

 

Texto e fotos: Renata Moura

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