SENAI-RN detalha expansão na qualificação para energias renováveis durante a pandemia

2/12/2022   14h11

Rúbia Lahm, coordenadora de educação do SENAI-RN, em Natal: “Nós conseguimos crescer, evoluir e tirar o melhor de nós dessa experiência”

 

O aprendizado, as inovações e a expansão na oferta de qualificação profissional para o setor energias renováveis, no contexto da pandemia, foram apresentados, nesta quinta-feira (1º), pelo SENAI do Rio Grande do Norte, no VII Fórum Estadual de Energia do RN.

 

O evento foi promovido pelo Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), em Natal, com transmissão ao vivo no YouTube (Clique aqui para assistir).

 

A avaliação do período no campo da educação profissional, que aponta para ganhos como o fortalecimento da Educação à Distância enquanto caminho para manter e ampliar o acesso ao conhecimento de profissionais de todo o país – em um contexto de crise sanitária e restrições à circulação de pessoas, no mundo – para a criação de novos cursos voltados à energia eólica e solar, e para a consolidação de estratégias para tornar o mercado mais inclusivo, com diversidade, igualdade e equidade de gênero, foi apresentada pela coordenadora de educação do Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN, complexo que engloba, em Natal, o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), os Centros do SENAI voltados à moda, alimentos (SENAI/Clóvis Motta) e à construção civil (SENAI/Flávio Azevedo), Rúbia Mara Lahm Santos.

 

O CTGAS-ER é a principal referência do SENAI no Brasil em formação profissional para as indústrias de energia e do gás.

 

“Nós conseguimos crescer, evoluir e tirar o melhor de nós dessa experiência, na área de energias renováveis e em tantas outras em que o SENAI atua”, disse Rúbia.  

 

As informações integraram o painel “Capacitação, Associativismo e Inovação no Setor Energético do RN, em tempos de pandemia”, que também contou com apresentações do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e do SEBRAE-RN.

 

Desafios

Durante sua participação, a coordenadora de educação do SENAI destacou que um dos maiores desafios que a instituição teve de superar com a pandemia – e as medidas de isolamento social no período – foi a resistência inicial dos alunos à migração de cursos, então presenciais, para a modalidade de Educação à Distância (EAD). 

 

Assim como em outras instituições de ensino, também foram necessárias adaptações para levar as aulas para o novo formato. “Mas o SENAI, com toda a sua capacidade técnica, conseguiu evoluir de forma rápida, com um saldo bastante positivo dessa experiência”, acrescentou a coordenadora, observando que aulas teóricas em formato remoto hoje são demandadas, em alguns casos, pelas próprias turmas. “É uma possibilidade nova a qual as pessoas se adaptaram, como mais uma forma de ensino que mantém a qualidade”.

 

Expansão

Dados divulgados durante a apresentação mostram que a participação da modalidade EAD nas matrículas de cursos de energia mais do que dobrou, no SENAI-RN, passando de 34%, em 2019 – período pré-pandemia – para 76% em 2020. Nos dois anos seguintes, o percentual ficou entre 45% e 49%.

 

“Quando a gente olha para os dados de 2021 e 2022, por mais que tenha voltado o ensino presencial, identificamos que existe uma aceitação pela modalidade EAD e o aumento da procura em comparação com 2019, quando não tinha pandemia”, frisa ainda Rúbia.

 

A oferta de cursos de energia à distância quase triplicou na instituição, de 6 opções, registradas em 2019, para 17, em 2022, número que se soma ao portfólio presencial.

 

Cursos tradicionais, como a Especialização Técnica em Energia Eólica – que chegou este ano à 23ª turma – seguiram a todo vapor, a despeito da pandemia, formando profissionais do Brasil inteiro. 

 

“Já atendemos alunos de todos os estados do Brasil e se vocês entrarem em qualquer parque eólico com certeza vão encontrar algum aluno do SENAI que tenha passado pela especialização ou feito outro curso que oferecemos”, destacou a coordenadora.

 

Outros cursos, como a primeira Especialização Técnica do Rio Grande do Norte em Sistemas Fotovoltaicos, os sistemas que geram energia solar, foram idealizados no período e tiveram largada em 2022.

 

Igualdade

No campo da inovação e alinhado à estratégia do SENAI-RN ligada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), também foi criada este ano a primeira Especialização Técnica em Operação e Manutenção de Parques Eólicos. 

 

A iniciativa foi lançada em parceria com a AES Brasil, com turma exclusivamente de mulheres, um estímulo que surge em um cenário em que os homens ainda são maioria nas salas de aula e no mercado de trabalho.

 

“Por meio dessa iniciativa, nós vamos conseguir levar educação de qualidade, com aulas 100% síncronas (ao vivo, à distância) para 60 meninas e mulheres selecionadas em diversos municípios, com início programado para fevereiro do próximo ano”, observou Rúbia. “Temos investido bastante em igualdade, equidade de gênero, e temos encontrado parcerias que conseguem concretizar esses objetivos”.

 

Participação do SENAI-RN na Ação Coletiva Interligadas, que quer impulsionar a participação feminina em cursos técnicos e em ocupações ligadas ao setor elétrico, foi uma das frentes de atuação destacadas por Rúbia. Na imagem, uma das ações realizadas por meio do projeto, em Natal, o Meninas em Ação

 

 

Rúbia destacou ainda a participação do SENAI-RN na Ação Coletiva Interligadas, que quer impulsionar a participação feminina em cursos técnicos e em ocupações ligadas ao setor elétrico.

 

Outra novidade deste ano, com repercussão na atividade, foi a aprovação da Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais do SENAI-RN, a FAETI, que, começou a ser idealizada durante a pandemia e, nas palavras dela, “está na ponta da agulha para iniciar as aulas em 2023”. 

 

“Já tivemos o credenciamento, a avaliação dos cursos e vamos iniciar com um diferencial: cursos de engenharia elétrica e mecânica com foco em energia renovável, em que a ideia é que o aluno tenha aulas diferenciadas na prática, um contato maior com os laboratórios e também com profissionais que já atuam na área, o que proporcionará experiências para que de fato saia da graduação muito mais preparado para o mercado”.