Os desafios da educação profissional para o hidrogênio verde no Brasil fizeram parte do debate do segundo dia do Workshop de Encerramento do Projeto H2Verde. O evento foi concluído nesta sexta-feira (1º), no HIT SENAI-RN, e contou com a participação de profissionais e representantes dos hubs do Ceará, Paraná, Bahia, Santa Catarina e São Paulo, além de representantes da Agência Alemã de Cooperação Internacional GIZ.
A palestra foi ministrada por Sandro Portela Ormond, especialista de Desenvolvimento Industrial do Departamento Nacional do SENAI, e Rosana Domingues, representante da GIZ.
De acordo com os dados apresentados por Ormond, apenas 11% dos estudantes com idade entre 15 e 19 anos frequentam um curso de educação profissional no Brasil. Em outros países, o número chega a 37%. A avaliação do especialista é que, dentro deste cenário, o SENAI tem a oportunidade de captar mais jovens para as formações profissionalizantes.
“É um número muito baixo com tantas oportunidades que nós vimos aqui no recorte do hidrogênio e outros cenários. Nós vamos precisar de muitos mais profissionais preparados para suprir essa necessidade. Temos que fazer a formação de jovens que estão chegando. É uma ótima oportunidade para o SENAI”, disse.
Além dos dados, também foi debatida a metodologia de educação profissional do SENAI e a oferta de cursos. Ormond apresentou ainda a perspectiva para novas ações que envolvem a oferta de cursos atuais e novas propostas, nacionalização de ofertas regionais, capacitação de docentes, aumento de parcerias e o atendimento das demandas industriais.
Representando a GIZ, Rosana Domingues traçou perfis de capacitação e demandas para o hidrogênio verde no Brasil e refletiu sobre como preparar as habilidades e qualificações necessárias com o surgimento de novas demandas ao mesmo tempo e inexistência de um mercado de trabalho estabelecido.
“O crescimento das indústrias de hidrogênio culmina em grandes oportunidades. Começamos bem essa jornada e está claro que é apenas o começo. Nesse início, precisamos de pessoas para traçar e fazer planejamento”, disse Rosana Domingues.
Departamentos regionais debatem perspectivas futuras do Hidrogênio Verde
Uma mesa-redonda foi organizada para debater as perspectivas futuras do hidrogênio verde no Brasil e como o SENAI pode se consolidar como uma referência no tema para a indústria. O debate foi mediado pelo consultor em eficiência energética, gestão e conservação de energia e sistemas de energias renováveis, Lothar Hoppe.
O pesquisador líder do Laboratório de Sustentabilidade do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Juan Ruiz, a pesquisadora e coordenadora do projeto de desenvolvimento de SAF (combustível sustentável de aviação) do Instituto, Fabiola Carvalho, e o instrutor de educação e tecnologias do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN, em áreas como eletrotécnica, energia eólica e hidrogênio verde, Gerfesson Moura, acrescentaram as vivências potiguares no debate.
Isabela Maciel Taveira representou o Ceará; o Paraná foi representado por Rogério Corrêa Peres e Marcos Vinicius Fragona; a Bahia, por Gerhard Ett; São Paulo, por Daniel da Silva Motta e Rafael Boscolo Cândido; e por Santa Catarina, Leonardo Sostmeyer Mai.
Juntos, os representantes pensaram em estratégias para disseminar a educação em hidrogênio verde, as necessidades da indústria, além dos próximos passos e ações colaborativas entre os departamentos regionais que possam fomentar o debate da transição energética no Brasil.
Texto: Líria Paz
Fotos: Tiago Lima