O Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Norte (SINDLEITE-RN) completa, em 2025, três décadas de trabalho em prol do fortalecimento da cadeia produtiva do leite no estado. Para o presidente do SINDLEITE-RN, Túlio Veras, o marco simboliza uma trajetória de união, capacitação e superação de desafios.
“Podemos dizer que o cenário é bom. O Rio Grande do Norte tem vocação para produzir leite, e as indústrias inspecionadas vêm registrando uma curva ascendente na produção”, afirma Veras. Segundo o dirigente, no primeiro semestre de 2025, a captação de leite junto aos produtores potiguares cresceu 17,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. “Isso mostra o compromisso da indústria e a dedicação dos produtores. Ainda podemos ser muito maiores se conseguirmos aumentar a média de leite por vaca ordenhada”, complementa.
Apesar dos resultados positivos, Veras alerta para os desafios do semiárido nordestino, como o cenário de seca nas principais regiões produtoras do estado. “Precisamos conviver com fatores climáticos perversos, como as secas. Isso nos exige planejamento, organização, conhecimento, investimento e o uso correto das tecnologias para garantir a sobrevivência, o que é possível, sim”, destaca.
Nesse contexto, o SINDLEITE-RN vem atuando para integrar o setor, ampliando a base de associados, realizando reuniões periódicas, promovendo cursos, treinamentos e capacitações, em parceria com a Federação das Indústrias. “Buscamos compreender e debater a conjuntura do setor lácteo nacional. Participamos de congressos, feiras, concursos de produtos e visitas técnicas a grandes indústrias em diferentes regiões do país, o que forma uma base forte para nossa indústria”, ressalta Veras.
Além disso, o sindicato ampliou o diálogo com entidades de classe, universidades e outras federações. “Também temos mantido o diálogo aberto com o Governo, buscando desenvolver uma pecuária leiteira mais estruturada no estado.
Dialogamos com os órgãos reguladores, sempre com o objetivo de estruturar e organizar melhor o setor, tornar a cadeia produtiva mais justa e competitiva”, enfatiza o presidente.
Para os próximos anos, as expectativas são otimistas, mas exigem atenção das indústrias às tendências de mercado. “Observamos um aumento na demanda por alimentos mais proteicos, leites A2 e queijos maturados, que são produtos de maior valor agregado”, aponta Veras.
O leite A2 está associado à menor incidência de desconfortos digestivos e é produzido por vacas com genótipo A2A2, o que exige uma seleção no acasalamento com touros que transmitam essa característica genética. Já a questão da proteína no leite está diretamente ligada às dietas nutricionais e ao manejo adequado dos rebanhos leiteiros.
“Quando a matéria-prima atinge os índices padrão, o leite do produtor é melhor remunerado. Isso reforça a importância do pagamento por qualidade do leite. Quem produz um leite de melhor qualidade recebe mais por isso”, ressalta Veras.
Ele cita exemplos de estados que investem em tecnologias e melhoramento genético de raças cada vez mais produtivas. “A Fazenda Colorado, em São Paulo, produz 115 mil litros de leite por dia, captando água de poço a 400 metros de profundidade. Isso mostra que, mesmo em regiões de semiárido, é possível avançar”, diz. “Se conseguirmos avançar no campo, será a chave para tornar nossas fazendas mais produtivas e a indústria láctea do RN mais competitiva”, frisa.
“Trabalhamos muito todo esse tempo e seguiremos nessa luta incessante para estruturar uma cadeia leiteira que gera centenas de empregos e renda em todo o Rio Grande do Norte”, enfatiza o presidente do SINDLEITE-RN.