Artigo: Cluster naval potiguar – Por Amaro Sales

14/11/2022   11h11

Por Amaro Sales de Araújo, industrial, presidente do Sistema FIERN e diretor-secretário da CNI

 

Uma das mais promissoras fronteiras para o desenvolvimento potiguar está no oceano Atlântico! O Rio Grande do Norte dispõe de, aproximadamente, 400 quilômetros de costa litorânea e um elenco – quase incontável – de possibilidades a partir da “economia do mar”.

 

A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte há muito tem estudado e defendido tal caminho. No projeto “Mais RN”, por exemplo, existem indicativos claros de que o assunto merece melhor atenção de todos nós e, de fato, pode representar uma alternativa bastante viável para alavancarmos o desenvolvimento econômico sustentável de nosso Estado. Para tanto, como mais uma ferramenta de apoio, articulação e produção de conteúdo técnico, estamos constituindo o Cluster Naval Tecnológico do Rio Grande do Norte, o primeiro da Região Nordeste. Neste sentido, a FIERN, o SENAI-RN e a EMGEPRON (Empresa Gerencial de Projetos Navais da Marinha do Brasil) assinaram, em maio de 2022, um acordo de cooperação para atuação conjunta, incluindo a iniciativa já mencionada.

 

O Cluster Naval, em resumo, vai colaborar com a criação de um ambiente de cooperação e parceria entre agentes econômicos, públicos e privados, objetivando a promoção e discussão acerca de temas relacionados à economia do mar, evidenciando prioridade para a pesquisa, ciência, tecnologia e empreendedorismo. Com a nova entidade em funcionamento, vamos navegar de forma articulada e sustentável na direção da geração de riquezas que nos oferece no diversificado mundo oceânico.

 

O Rio Grande do Norte, inclusive, pela localização privilegiada, pode se tornar, em pouco tempo, um centro de serviços e apoio à frota marítima, sem prejuízo da ampliação necessária e possível da pesca oceânica e sua consequente industrialização. Outras atividades, entretanto, são facilmente adicionadas às possibilidades já mencionadas: cultivo planejado de algas, moluscos, camarões e peixes; energia renovável; extração de minerais; serviços portuários e transporte de mercadorias; indústria naval; turismo e esportes, dentre outras.

 

Ocorre que todo o contexto marítimo exige ainda maior cuidado sob o aspecto das licenças ambientais e do criterioso uso da tecnologia. Toda e qualquer produção precisa ser sustentável, considerada firmemente a relação estratégica e duradoura que devemos ter com ambiente oceânico, fonte indispensável de oxigênio para a vida humana. Mas, se começarmos do modo certo, o caminho será reto na direção da prosperidade que seja sustentavelmente possível. Deixar de ir, é um grande equívoco. Entrar pela porta dianteira, com os cuidados devidos e o respeito necessário, é um desafio que, juntos, podemos enfrentar. E, mais uma vez, o Sistema FIERN está presente em uma necessária caminhada a favor do Rio Grande do Norte e do Brasil!