A importância das energias para a reindustrialização do Brasil foi destaque durante o seminário Onshore Week 2023, em Maceió. O industrial Marcelo Rosado, diretor da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), foi um dos participantes do painel no evento que debateu esse tema, na quinta-feira (13).

 

Para Marcelo Rosado, a reindustrialização do país depende de um ambiente de negócios favorável ao mercado de energia. “Para acontecer a reindustrialização, é preciso que se tenha uma energia competitiva”, afirma. “Nesse sentido, o gás natural é um importante combustível que pode ser utilizado por diversos setores. Antigamente, não tinha tanto valor e era reinjetado nos campos de petróleo, mas hoje tem usos importantes e o Rio Grande do Norte é destaque nacional na produção de gás natural”, destaca o diretor da FIERN.

 

Segundo o industrial, o evento foi significativo para mostrar que é preciso garantir as condições que aumentem a competitividade do Rio Grande do Norte. “Temos uma matriz energética que não é tão baseada no gás natural. É preciso dar as condições para as empresas e trazer competitividade para o mercado de petróleo e gás ao nosso estado. Assim, as indústrias já instaladas terão essa alternativa energética e novas empresas industriais serão atraídas pelo cenário favorável”, explica Rosado.

 

O seminário, realizado entre os dias 11 e 13 de abril, levantou temas ligados à integração energética, lei do gás, inovação, estocagem subterrânea, investimento em infraestrutura e outros assuntos relevantes sobre a produção de petróleo e gás natural em terra. Participaram empresários, representantes do setor produtivo e dos governos federal e de Alagoas, prefeitos da região e técnicos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

 

“Durante o evento, foram discutidos muitos temas, mas cabe destacar o apoio da ANP e do Ministério de Minas e Energia à retomada do setor de petróleo e gás pela iniciativa privada. Isso mostra que o corpo técnico percebe a importância de apoiar esse trabalho e garantir segurança jurídica para os empreendimentos”, comenta Marcelo Rosado.

 

Mercado ‘onshore’ brasileiro

 

A Onshore Week é organizada pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), a qual a FIERN integra, para debater temas relevantes sobre a produção de petróleo e gás natural em terra. A ONIP atua na construção de um ambiente de negócios favorável ao setor produtivo e na cooperação entre os diversos agentes do mercado de óleo, gás, derivados, energias, organismos governamentais e agências de fomento na busca pelo desenvolvimento da indústria.

 

O onshore brasileiro — produção em terra e águas rasas — responde por 6%, ou 150 mil barris equivalentes, da produção total de petróleo e gás natural. Um mercado em pleno crescimento e crucial para contribuir com o desenvolvimento não somente regional e local, mas na geração de rendas e empregos.

 

 

A tendência é de crescimento e as empresas devem investir R$ 40 bilhões até 2029 em projetos que visam incrementar a produção, maximizar o fator de recuperação e ampliar a vida útil de campos terrestres. A entrada de novos atores e o fortalecimento de antigos, mostra que o onshore no Brasil está em constante evolução, especialmente no nordeste brasileiro.

 

Após o ingresso dos produtores independentes nas operações, o Rio Grande do Norte voltou a figurar como principal produtor de petróleo em terra do país, e representa, atualmente, 40% da produção nacional do produto. São cerca de 37 mil barris de óleo equivalente produzidos diariamente.