Diretor do SENAI-RN avalia estudo para Programa de Hidrogênio Verde como “um marco” no estado

13/10/2022   17h39

Estudo será realizado a partir de convênio firmado entre governo do estado e UFRN nesta quinta. Importância da iniciativa foi destacada por diretor do SENAI

 

Convênio assinado nesta quinta-feira (13) entre o governo do estado e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) foi analisado pelo diretor do SENAI-RN, Rodrigo Mello, como “um marco para estruturação da cadeia produtiva do hidrogênio verde no estado”.

 

A iniciativa, por meio da qual a Universidade vai realizar estudos para embasar a criação de um Programa Estadual voltado ao chamado “combustível do futuro”, foi avaliada pelo diretor como um passo importante para que atividades na área nasçam efetivamente e deslanchem. 

 

“O mundo todo tem discutido muito o assunto hidrogênio e o Brasil e o Rio Grande do Norte são reconhecidos com grande potencial na área, o que abre perspectivas para novos investimentos, empregos e exportações de energia também”, disse, durante a cerimônia de assinatura do contrato entre o governo e a UFRN, na sede do governo. 

 

Representando o Sistema FIERN – que engloba Federação das Indústrias do Estado, SESI, IEL e SENAI – Mello destacou que “a Federação das Indústrias vem acompanhando de perto o movimento do Hidrogênio Verde e atuando de forma direta na área, por meio do SENAI, onde pesquisas relacionadas à produção de hidrogênio de forma sustentável são realizadas há 20 anos e estudos ligados às energias renováveis também vêm avançando há mais de uma década”.

 

O diretor disse, durante discurso, que o mundo inteiro tem discutido o assunto hidrogênio. Ele ressaltou que “o  Rio Grande do Norte é o maior produtor de energia eólica em terra no Brasil, que tem um potencial muito grande para a nova fronteira da geração de energia eólica offshore, no mar, e consequentemente se destaca como um dos principais pontos do país para futura produção de hidrogênio verde” . 

 

O estado também é sede da principal referência do SENAI no Brasil em pesquisa aplicada, desenvolvimento e inovação para energia eólica, solar e sustentabilidade – o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) – assim como do CTGAS-ER, do SENAI-RN, centro de excelência para iniciativas que estão em curso, em parceria com a Alemanha, para formação de profissionais que irão atuar na cadeia produtiva do Hidrogênio Verde.

 

“A expectativa da Federação das Indústrias é que o estado se torne um dos principais atores na indústria do hidrogênio, então a avaliação que fazemos é de que o passo que está sendo dado hoje é uma iniciativa louvável que vem a somar ao nosso ecossistema de energia, em um momento em que enxergamos essa cadeia industrial potencial e em que entendemos que o ambiente de pesquisa precisa evoluir, no Brasil inteiro – e que a soma de novos atores tão competentes quanto a Universidade faz toda a diferença”, acrescentou.

 

Expectativa é que Rio Grande do Norte se torne um dos principais atores na indústria do Hidrogênio Verde, observou Rodrigo Mello durante cerimônia no governo

 

O Hidrogênio Verde

O hidrogênio é um gás chamado de hidrogênio verde quando a eletricidade usada no processo químico para obtê-lo – chamado de eletrólise – vem de fontes renováveis, como hidrelétrica, eólica e solar.

 

Ele é alternativa à produção a partir de gás metano, mais comum hoje e mais poluente. E um potencial insumo para as indústrias, para combustível, assim como potencial meio de armazenamento de energias limpas para exportação. 

 

A indústria está em processo de estruturação nacionalmente, e à espera de regulamentação.

 

A governadora Fátima Bezerra frisou, durante discurso, que o mundo tem que caminhar para a descarbonização – uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis como fonte de energia – e que, no Brasil, o Rio Grande do Norte tem sido chave nessa direção. 

 

O convênio assinado para embasar o Programa de Hidrogênio Verde foi citado por ela como “o futuro que já começou”.

 

Os estudos que serão conduzidos pela Universidade, sob coordenação do professor Mario Gonzalez, deverão apontar alternativas tecnológicas, de infraestrutura e de mercado para criação de políticas específicas voltadas a esse hidrogênio.

 

 “O Estado está fazendo o seu papel e está avançando também no diálogo com potenciais investidores”, disse Fátima, se referindo também a estudos para construção de um novo porto no estado – infraestrutura considerada crucial para futuros parques eólicos no mar e a própria produção de hidrogênio verde.

 

O trabalho que o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) tem realizado para elaboração do novo Atlas Eólico e Solar do Estado também foi destacado. O Atlas, observou a governadora, está sendo construído dentro de um convênio com o governo e deverá ser concluído até dezembro deste ano. 

 

“Já temos as torres instaladas para que o investidor tenha ferramentas apontando para ele quais são as áreas com a melhor qualidade de ventos e de sol no estado”, disse Fátima. 

 

O reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo, disse, por sua vez, que a sustentabilidade é uma pauta importante internacionalmente e que o Rio Grande do Norte tem grande vocação na área. “O Hidrogênio Verde aliado às energias renováveis é o que podemos chamar de mola propulsora do desenvolvimento do estado”.