FIERN sedia evento sobre setor produtivo e políticas de expansão do emprego para pessoas privadas de liberdade

16/11/2022   19h08

A Casa da Indústria sediou nesta quarta-feira (16) o evento “O setor produtivo e sua importância na promoção de políticas de expansão do emprego e renda para pessoas privadas de liberdade e egressa do Sistema Prisional no RN”, que faz parte do projeto “Trabalho prisional da empresa: responsabilidade social e cidadania”.

 

A ideia do evento foi promover uma conscientização dos empresários e alinhamento de linguagem e pensamento sobre a atual doutrina jurídica dominante do trabalho do presidiário como uma forma de ressocialização.

 

 

O projeto é uma iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi no Rio Grande do Norte (IEL-RN) em parceria com a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SEAP), para levar o apenado a participar do desenvolvimento econômico e social da comunidade na qual está inserido.

 

Representando o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Amaro Sales de Araújo, o diretor regional do IEL-RN, Djalma Cunha Júnior, afirmou que a Federação tem o papel fundamental de defesa dos interesses da classe produtiva e industrial do RN. Também participou do evento o superintendente do IEL-RN, Juan Saavedra.

 

Djalma Júnior afirmou que esse é o momento de dar oportunidade a tantas pessoas que ali estão “e muitas vezes até perdem a esperança da própria vida. “Temos uma indústria em Apodi e durante cinco anos tivemos três apenados”, lembrou.

 

Segundo ele, o presidente Amaro Sales viu que a expertise do IEL-RN tinha a possibilidade de conectar e fazer um projeto que pudesse sensibilizar os empresários. “Essas pessoas [privados de liberdade] precisam ser estimuladas. A motivação tem que ser construída ao longo da vida. Esse é um projeto que não tem como dar errado”, comentou o diretor regional do IEL-RN

 

A subprocuradora-geral do Ministério Público do Trabalho, Ileana Neiva Mousinho, disse que esse é um trabalho de conscientização para que as pessoas entendam que, quando se fala em conceder ao preso o direito de trabalhar, toda a sociedade se beneficia. “É um trabalho de formiguinha, mas que é muito necessário”, declarou.

 

A vice-presidente do Tribunal de Justiça do RN, desembargadora Zeneide Bezerra, explicou a necessidade de se regionalizar o projeto. “Tenho certeza de que nossos empresários vão ser sensíveis, sim, e nós temos exemplos disso”, disse.

 

O secretário Estadual de Administração Penitenciária, Pedro Florêncio, destacou a parceria com a FIERN nesse projeto. “É um tema dos mais importantes: Transformar o sistema prisional, fazer com que privados de liberdade possam ser devolvidos à sociedade transformados”, disse.

 

 

Ele citou a importância de se levar educação e capacitação profissional aos que estão no sistema prisional do estado. “Não existe outro caminho”, concluiu.

 

Durante o evento, houve um debate com a participação do gestor do trabalho prisional da Secretaria de Administração Penitenciária de Santa Catarina, Alecssandro Zani, que falou sobre “Vivência do trabalho empresarial nas unidades prisionais de Santa Catarina”; do empresário Márcio Tomaz, que contou a respeito da experiência do trabalho prisional; e do ex-secretário da Administração Prisional de Santa Catarina, Leandro Antônio Soares Lima, que falou sobre “Trabalho prisional: economia, dignidade, segurança e oportunidade”.

 

Também participaram do evento o secretário estadual da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Araújo Silva; o comandante geral da Polícia Militar, coronel Alarico Azevedo, além de diretores de unidades prisionais e servidores da SEAP.