ISI-ER discute hidrogênio e combustíveis avançados na 1ª Conferência Internacional da Agroindústria Sustentável

19/08/2024   13h43

 

O papel da transição energética no Brasil e como o hidrogênio e os combustíveis avançados se inserem nesse contexto – com impactos positivos na agropecuária e na indústria – foram destacados pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), na 1ª Conferência Internacional da Agroindústria Sustentável. O evento foi realizado nos dias 15 e 16, em Cuiabá, capital do Mato Grosso.

 

“A experiência que nós temos, do caminho de movimentar e de trabalhar industrialmente carbono de origem biológica, ou seja, de origem animal ou vegetal, é de muito interesse para esse público”, disse o diretor do SENAI do Rio Grande do Norte e também do ISI-ER, Rodrigo Mello, a quem coube realizar a apresentação na Conferência.

 

O assunto foi abordado no painel “Transição Energética”, que também contou com a participação de Vitória de Oliveira Lopes, especialista da UISA – uma das maiores e mais integradas biorrefinarias do mundo, com foco em energias limpas e alimentos – de Ricardo Tomczyk, diretor de relações institucionais da Amaggi, companhia brasileira presente em toda a cadeia produtiva do agronegócio, e, como moderador, de Henrique  Zahner, do Instituto SENAI de Tecnologia do Mato Grosso.

 

 

Competitividade

 

O Brasil, ressaltou Mello, “é conhecido e reconhecido em âmbito internacional como, provavelmente, o país da agropecuária comercial mais competitiva do mundo em termos de qualidade e quantidade”, tendo a região Centro-Oeste e o estado do Mato Grosso entre os principais carros-chefes do setor.

 

“E este momento de transição energética a partir de combustíveis avançados e de hidrogênio requer que a indústria esteja muito integrada a possíveis fontes de insumos ou matérias-primas industriais que levem à produção desses combustíveis avançados”, observou o executivo e complementou: “Nós estamos atravessando um momento ótimo para ampliar essa integração. Um momento ótimo para o setor industrial e o agropecuário estarem intimamente ligados, buscando atender ou aproveitar as oportunidades internacionais desse novo momento da sociedade. Porque o Brasil será um grande protagonista nesse processo”.

 

Durante a apresentação, o diretor destacou o potencial do hidrogênio de baixo carbono para desempenhar um papel fundamental na transição energética. Falou sobre produção e aplicações também, assim como dos Combustíveis Sustentáveis de Aviação, derivados de recursos renováveis, como óleos vegetais, biomassa, gordura animal e gases residuais.

 

A rota de produção desses combustíveis com a utilização de resíduos agroindustriais foi citada como exemplo nesse contexto. O diretor também apresentou a primeira planta-piloto do Brasil para produção de combustíveis avançados, instalada desde 2023 no Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, em Natal, no Rio Grande do Norte.

 

Segundo Rodrigo Mello, a região Centro-Oeste tem um potencial de produção gigantesco também para o segmento. “Quando a gente pensa em fontes das atividades agrícolas, a gente tem soja, milho, algodão, cana de açúcar e arroz no plano estadual de resíduos do Mato Grosso, com uma disponibilidade muito grande que pode ser destinada a combustíveis avançados. Resíduos da pecuária e a parte de serraria e madeira também podem servir para essa produção”, acrescentou ele.

 

Economia global e os desafios da agroindustrialização brasileira, biocombustíveis, bioeconomia, inovação agroindustrial e irrigação também foram temas discutidos durante a Conferência.

 

Texto: Renata Moura