Representantes da CNI, BNDES, Natura e Governo Federal debatem a importância da estratégia da visão integrada para desenvolver planos de governo bem-sucedidos
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Representantes da CNI, BNDES, Natura e Governo Federal debatem a importância da estratégia da visão integrada para desenvolver planos de governo bem-sucedidos
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Qualquer plano de governo exige liderança, estratégia e controle para ser bem-sucedido. Esses mecanismos de governança são essenciais para garantir a coordenação eficaz entre os atores que vão tirar as iniciativas do papel.
No Nova Indústria Brasil (NIB) não é diferente. O programa está estruturado em torno de missões; cada uma delas abordando desafios e áreas diversas. Além dos mecanismos de governança, é importante a política estabeleça critérios que incentivem as empresas a alcançar os objetivos desejados.
Para o Diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, que participou do Seminário Políticas Industriais no Brasil e no Mundo, nesta terça-feira (6), em Brasília, é preciso entender que a forma de se fazer política industrial mudou. “O debate que existe no país é, em geral, olhando pro retrovisor, falando sobre uma política industrial velha, que não funciona”, afirmou. Na avaliação dele, a indústria precisa se impor nesse processo.
“Tá na hora de o Brasil abandonar o fracasso e ter ousadia na agenda de política industrial. Em uma democracia, isso não vai acontecer sem os industriais brasileiros serem pragmáticos e exigirem isso. Os grupos de interesse têm que se colocar”, defendeu Lucchesi.
Para exemplificar de que forma a governança é capaz de mudar a cultura de uma organização, o Secretário de Gestão e Inovação do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Roberto Seara, lembrou do processo de compras públicas. Ele explicou que, após 30 anos seguindo apenas o critério de menor preço, hoje o ministério tem como meta mudar essa prática, que comprovadamente não é a mais eficiente.
“O nosso investimento durante esses próximos 4 anos é para ter capacidade de trazer informação para entender o que estamos comprando, monitorar isso e desenvolver uma discussão de incentivo a uma política de desenvolvimento”, explicou Pieroni.
Já o Superintendente de Desenvolvimento Produtivo e Inovação do BNDES, João Paulo Pieroni, ressaltou que o banco tem aprimorado uma metodologia de governança chamada de “conteúdo local”, em que as cadeias produtivas são tratadas de forma mais individualizada. “A gente consegue cada vez mais enxergar dentro das cadeias qual é o conteúdo tecnológico crítico, o que é relevante para o país ou qual tecnologia precisa ser implementada de trás pra frente, montando aqui no Brasil pra depois adensar essas cadeias”, explicou Pieroni.
O superintendente destacou ainda que o BNDES tem trabalhado com o MDIC para conseguir implementar a mesma metodologia em outros bancos de fomento.
Quem também participou do painel “Mecanismos de governança e condicionalidades da política industrial” foi a vice-presidente Jurídica e de Relações Governamentais da Natura, Ana Costa. A executiva destacou a importância de uma visão integrada para que o governo e mesmo a iniciativa privada consigam alcançar as metas que se propõem.
“Se você não tem uma estratégia que faça valer a pena e tenha conexão com todos os interlocutores, não adianta você ter uma política. Quando a gente começou a trabalhar cultura, comunicação, estratégia, e não políticas individuais, trabalhando em ecossistema, a gente começou a ter sucesso”, defendeu.
Confira o debate na íntegra: