No Dia Mundial da Água, industriais potiguares apontam desafios e soluções para preservação dos recursos hídricos

22/03/2023   17h48

 

Fonte de vida e desenvolvimento, a água tem o dia 22 de março como data para celebração do seu valor e conscientização sobre a importância de preservá-la. Neste Dia Mundial da Água, industriais potiguares destacam os desafios para as indústrias em relação a esse recurso e possíveis caminhos para ter maior sustentabilidade e segurança hídrica.

 

O diretor 1º tesoureiro da FIERN e presidente da Comissão Temática de Meio Ambiente da Federação (COEMA), Roberto Serquiz, destaca que “só há vida se houver água”. “Então, a preservação da água está diretamente ligada à qualidade de vida das pessoas”, acrescenta.

“Este dia é importante justamente para conscientizar sobre a importância da preservação e sobre o valor desse líquido tão precioso”, completa Serquiz.

 

Para Marcelo Rosado, presidente do Sindicato das Indústrias de Extração de Calcário, Fabricação de Cimento e Argamassa do Estado do Rio Grande do Norte (Sinecim-RN) e representante da FIERN no Conselho Estadual de Meio Ambiente (Conema), a celebração desta data também passa por refletirmos sobre o legado de acertos que pretendemos construir para estimular a geração futura a ser mais consciente.

 

“Temos um longo e desafiante caminho a percorrer. Esse caminho é o da educação e da aplicação de novas tecnologias que possibilitem a otimização de sistemas de produção e o reuso de recursos hídricos, somado a uma legislação que promova e gere incentivos econômicos a quem investe em fazer tratamento de águas cinzas. Isso é uma agenda urgente”, destaca Rosado.

 

“O Conema busca contribuir com essa discussão, onde o desenvolvimento com sustentabilidade são soluções complementares para um futuro mais próspero e sustentável”, completa o representante da FIERN junto ao Conselho.

 

O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Mossoró (Sinduscon Mossoró), Pedro Escóssia, aponta que a água é a principal matéria prima nos processos produtivos, seja na agricultura ou nas indústrias. “Em razão dessa importância é imprescindível que sejam preservadas a sua qualidade e quantidade necessários para todos os usos. Para isso, o maior desafio é a conscientização do homem para a importância desse bem comum e essencial a todos os seres vivos, que deve ser utilizado de forma racional”, afirma.

 

Sobre os caminhos para a sustentabilidade dos recursos hídricos, o presidente do Sinduscon Mossoró ressalta que a região tem potencialidades para a produção sustentável. “Para nós, que estamos inseridos no Polígono das Secas e na faixa costeira, o primeiro caminho e mais fácil é a captação e preservação das águas das chuvas para utilização de forma eficiente. Um segundo caminho é a utilização das águas residuárias em novos ciclos dos processos produtivos. Por fim, um terceiro caminho é a busca de tecnologias mais baratas para a dessalinização e utilização da água do mar nas regiões costeiras”, declara.

 

“Com a junção da conscientização do Homem e a ciência, temos as condições necessárias e suficientes para ter sempre a disponibilidade de água para todos”, completa Escóssia.

 

Já o presidente Sindicato da Indústria da Extração de Metais Básicos e de Minerais Não Metálicos do Estado do RN (Sindminerais-RN), Mário Tavares, explica que o setor de mineração tem como grande desafio encontrar soluções para a escassez de água. “Especialmente na região Seridó, temos localidades com processos de desertificação avançados e a água é um recurso fundamental para o processo produtivo do setor”, explica.

 

“Por isso é importante buscar tecnologias melhores para reciclagem de água e de diminuição do desperdício nos processos de produção ou até mesmo investimento em métodos alternativos de processamento. Podemos chegar a esses caminhos a partir da parceria com instituições de pesquisa e inovação”, acrescenta Tavares.

 

A ameaça da insegurança hídrica

 

O Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH) estima que, se não houver alguma mudança de rumo, até 2035, cerca de 74 milhões de brasileiros vão enfrentar algum grau de dificuldade de acesso à água de qualidade.

 

Isso porque, embora o Brasil concentre 12% da reserva hídrica mundial, 81% das águas superficiais estão na Região Hidrográfica Amazônica, onde vivem menos de 10% da população do país. O semiárido nordestino, por outro lado, abriga mais de 50% da população da região e sofre historicamente com escassez de água.

 

Para completar, de acordo com dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), desde 2012 diferentes regiões do país têm enfrentado situações de escassez hídrica, ao mesmo tempo em que há uma crescente demanda por água, especialmente devido ao crescimento populacional e desenvolvimento econômico.