Parceria de SENAI e GIZ destinará 2,6 milhões de euros à formação de profissionais para produzir hidrogênio verde

29/04/2022   11h11

CTGAS-ER, do SENAI-RN, será centro de excelência em formação de pessoas para a cadeia produtiva do hidrogênio no Brasil e coordenará nacionalmente a iniciativa

 

Uma parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e da entidade alemã de cooperação GIZ vai investir 2,6 milhões de euros (R$ 14 milhões) até 2023 na adaptação de infraestrutura e compra de equipamentos para seis centros de formação de profissionais para a cadeia de hidrogênio verde no Brasil. Serão um centro de excelência em Natal (RN) – no Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), que também coordenará nacionalmente a iniciativa – e mais cinco centros regionais de treinamento no Ceará, Bahia, Paraná, São Paulo e Santa Catarina.

 

O acordo, que foi assinado nesta sexta-feira (29), terá 20 meses de duração e também pretende desenvolver ações de disseminação da tecnologia de hidrogênio verde no país. A iniciativa corre em paralelo com a capacitação de instrutores para os centros de formação do SENAI.

 

Segundo o superintendente de Negócios Internacionais do SENAI, Frederico Lamego, a instituição está apoiando a indústria brasileira na transição para uma economia de baixo carbono e para tornar o país ainda mais competitivo em energia renovável. “Hoje a demanda pelo hidrogênio verde é mais forte no exterior, sobretudo, na Europa. Ao desenvolvermos essa competência dentro do país podemos impulsionar também a demanda interna pela tecnologia ao tornar seu preço mais competitivo”, destaca Lamego.

 

Projeto busca expandir mercado do hidrogênio verde no Brasil

 

O investimento faz parte do projeto H2Brasil da GIZ, uma parceria entre os governos do Brasil e da Alemanha para apoiar a expansão do mercado de hidrogênio verde e seus derivados no país.
“A participação das energias renováveis na matriz energética brasileira vem aumentando a cada ano e a tendência é que esse número cresça ao mesmo tempo em que os custos de produção baixem. Esse cenário positivo comprova que o Brasil tem potencial para se tornar referência na produção de hidrogênio verde e um dos principais países exportadores do produto”, explica o dr. Markus Francke, diretor do Projeto H2Brasil, da GIZ.

 

Esforço global pelo hidrogênio verde

 

Políticas globais estão sendo implementadas para diminuir os custos de produção, distribuição e aplicação do hidrogênio verde. Em 2021, foi criado o Hydrogen Council (Conselho do Hidrogênio), formado por 109 empresas globais, com capital somado de US$ 6,8 trilhões. Países como a Alemanha, Coreia do Sul, Japão, China, França, EUA e Reino Unido lideram o setor em termos de investimentos e inovação. O governo alemão adotou, em 2020, a Estratégia Nacional de Hidrogênio, que tem entre as estratégias a construção de parcerias internacionais para produção e exportação de hidrogênio verde.

 

A necessidade de cumprir as metas de descarbonização pode tornar os eletrolisadores aproximadamente 40% mais baratos até 2030, segundo estimativas da GIZ. Em 2021, há mais de 200 projetos relacionados ao hidrogênio verde, em mais de 30 países. Em 2020, a maior parte dos projetos (85%) estavam na Europa, Ásia e Austrália.

 

De olho nessas oportunidades, o SENAI e a indústria de energia CTG Brasil firmaram parceria recentemente para desenvolver projetos com foco em hidrogênio verde capazes de impulsionar soluções inovadoras e gerar negócios. Ao todo, o “Missão Estratégica Hidrogênio Verde” recebeu 31 inscrições, das quais foram selecionados três projetos. Saiba mais aqui.

 

O que é hidrogênio verde?
O hidrogênio é um combustível carbono zero, obtido por meio da eletrólise, processo químico em que uma corrente elétrica separa o hidrogênio do oxigênio que existe na água. O gás é chamado hidrogênio verde quando a eletricidade vem de fontes renováveis, como hidrelétrica, eólica e solar. Um dos pontos fortes do Brasil é justamente a matriz renovável, de modo que o país pode se tornar exportador do combustível em alguns anos.

 

Saiba mais: Brasil pode ser líder na exportação do combustível do futuro