Premiado nacionalmente por ações de inclusão, CTGAS-ER vai a SP buscar novas inspirações para boas práticas

22/09/2022   15h59

Como parte da premiação que recebeu do SENAI por estratégias de diversidade, o CTGAS-ER integrou o grupo que visitou escolas modelo da rede em São Paulo

 

Reconhecido nacionalmente por ações de estímulo à maior inclusão de mulheres em salas de aula e vagas de emprego ligadas ao setor de energias renováveis, o CTGAS-ER, do SENAI do Rio Grande do Norte, cruzou as fronteiras do estado em busca de novas inspirações para os trabalhos que desenvolve. A viagem teve como destino o estado de São Paulo. A programação foi realizada nos dias 20 e 21.

 

Entre os vencedores do prêmio “Boas Práticas em Gestão Escolar”, do SENAI – com estratégias de diversidade e inclusão de mulheres em uma atividade onde os homens predominam – o CTGAS-ER participou, como parte da premiação, de visita técnica a duas escolas modelo da rede: o SENAI Engenheiro Octávio Marcondes Ferraz e o SENAI Ettore Zanini, nos municípios de Ribeirão Preto e Sertãozinho. 

 

As unidades são consideradas referências por critérios como eficiência operacional, qualidade educacional, atendimento ao mercado e transformação digital. “A oportunidade de conhecer boas práticas desenvolvidas em outro departamento regional vem ao encontro dos nossos objetivos de melhoria contínua da qualidade dos serviços que ofertamos no Rio Grande do Norte”, avalia Rúbia Lahm, coordenadora de educação do Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN, complexo em Natal que engloba o CTGAS-ER. 

 

Escola SENAI em Ribeirão Preto foi um dos pontos de parada do grupo. O CTGAS-ER foi representado pela coordenadora de educação, Rúbia Lahm

 

Na parada em Ribeirão Preto, a coordenadora conta que cursos para qualificação em áreas como Alimentos e Bebidas, Automação, Automotiva, Construção Civil, Eletroeletrônica, Gestão, Logística, Metalmecânica, Refrigeração, Segurança no Trabalho, Tecnologia da Informação e Energia Solar Fotovoltaica integraram o roteiro. Além da escola, a estrutura da unidade inclui o Instituto SENAI de Tecnologia de Metalmecânica, que presta assistência técnica e tecnológica à indústria.

 

Já em Sertãozinho, a principal vocação da unidade é o atendimento ao setor sucroenergético, movido pela demanda das indústrias de álcool. “Inclusive tem uma usina de álcool da escola em pleno funcionamento”, observou Rúbia, acrescentando que o portfólio de cursos regulares da unidade abrange desde as áreas de Automação, Manutenção, Metalmecânica e Eletroeletrônica, até Metalurgia, Química e Gestão. 

 

“Além de toda estrutura de laboratórios, nós pudemos conhecer a gestão das duas escolas, focadas na valorização das pessoas, de alunos/as a funcionários/as, o acompanhamento de indicadores e estratégias com o mercado”, acrescentou ainda. 

 

RECONHECIMENTO

A premiação concedida ao CTGAS-ER, que culminou na visita técnica, é fruto do III Edital de Boas Práticas das Escolas SENAI, que atraiu 69 projetos este ano e selecionou os 23 avaliados com maior contribuição para a melhoria de resultados da instituição em 2021 e 2022, a partir dos pilares da inovação, digitalização e sustentabilidade. 

 

Foram contempladas iniciativas de 13 estados. 

 

A do Rio Grande do Norte, inscrita pelo CTGAS, foi a “Aplicação do ODS 5 em projetos demandados por empresas de energia para qualificação de mulheres no Rio Grande do Norte”.

 

Um dos cinco Centros de Educação e Tecnologias do SENAI-RN, o CTGAS-ER é referência do SENAI no Brasil em educação e serviços para indústrias de energias renováveis e do gás, além de centro de excelência para soluções que estão em desenvolvimento – em parceria com a Alemanha – voltadas à educação profissional na cadeia produtiva do hidrogênio verde.

 

DIVERSIDADE

O projeto que desenvolve na área de diversidade mostra que a adoção de estratégias baseadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) – em especial o ODS 5, que busca igualdade de gênero e empoderamento de mulheres e meninas – têm contribuído para mais inclusão do público feminino na educação profissional e no emprego em setores em que o estado é líder no país, como o de energia eólica, onde os homens ainda predominam. 

 

“O fato de essa iniciativa ser selecionada entre as boas práticas da rede SENAI representa o reconhecimento de um trabalho feito em parceria com as empresas no RN, não só na busca de capacitação profissional, mas também na inserção no mercado de trabalho de meninas que hoje conseguem ver muito mais possibilidades”, disse a coordenadora de educação do HIT.

 

“E o nosso trabalho não para por aí. O projeto foi inscrito no edital em maio deste ano e depois disso continuamos atuando forte nessa área. Estamos com uma turma de eletricistas de rede de distribuição exclusiva para mulheres, com 28 meninas matriculadas e frequentando regularmente as aulas, além de outras iniciativas, inclusive internacionais, como o Interligadas”, frisa ainda Rubia, fazendo referência à Ação Coletiva Interligadas, que selecionou o CTGAS-ER para desenvolvimento do projeto piloto (Clique aqui para saber mais). 

 

Projeto do CTGAS-ER envolve estudos, novas abordagens em propostas comerciais, em peças de comunicação e em atividades em sala de aula

 

O diretor do SENAI-RN, Rodrigo Mello, analisa a conquista do prêmio como um “importante reconhecimento dos esforços já iniciados e sinal de que é possível ir além”. Amora Vieira, assessora de Mercado e Projetos que lidera estratégias na instituição para promover diversidade em cursos como os de energias renováveis, complementa: “Essa é uma premiação que consolida que estamos no caminho certo e que demos um passo importante quando pensamos em gênero, na inserção das mulheres”.

 

Ampliar a comunicação sobre o tema, além de potencializar a ideia de que é preciso não só formar, mas preparar mulheres e meninas para efetivamente ocuparem mais espaços no mercado, estão entre os desafios que ela diz enxergar “para que mulheres e meninas percebam oportunidades, para que preparem bem o currículo, para que identifiquem situações de risco, como ofertas não reais de trabalho, e disputem as vagas que surgirem e possibilidades de ascensão na carreira em pé de igualdade com os homens”.