Professores de escolas públicas do RN recebem inspirações para abordar ‘energia’ em aulas do Ensino Médio

24/11/2023   10h48

Oficina gratuita promovida em projeto do SENAI-RN com a Vestas mostrou exemplos envolvendo parques eólicos, para exercícios de matemática e tratamento interdisciplinar de conteúdos

 

“Qual seria a geração de energia em um parque eólico composto por 10 aerogeradores, com potência de 1.000kw/h, considerando que o mês tem 30 dias? E selecionando aleatoriamente uma turbina nesse parque, qual a probabilidade de ela estar gerando eletricidade?”.

 

Essas e outras questões foram lançadas nesta quinta-feira (23) a dezenas de professores e professoras de escolas públicas do Rio Grande do Norte, na primeira oficina “Ensino do futuro: práticas escolares em energia”, promovida pelo SENAI-RN em parceria com a Vestas.

 

A ação foi realizada de forma gratuita no estado, maior produtor nacional da chamada “energia dos ventos”. Segundo as instituições envolvidas, o objetivo foi estimular a inserção ou novas abordagens de conteúdos sobre energia eólica e energias renováveis em aulas do Ensino Médio.

 

A Vestas é líder mundial na fabricação, venda, instalação e manutenção de aerogeradores em parques eólicos. O SENAI, por sua vez, reúne, no Rio Grande do Norte, os principais centros de formação profissional, e de pesquisa aplicada, desenvolvimento e inovação que opera para o setor, no Brasil.

 

“Nós queremos despertar o interesse para as energias renováveis e estamos trazendo elementos que professores e professoras podem aplicar em sala de aula em enunciados de questões, por exemplo. Esse é um setor que tem relevância social, ambiental e econômica não só no Rio Grande do Norte e que pode ser visto, também, como potencial campo de atuação profissional para os estudantes no futuro”, disse a diretora do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI do Rio Grande do Norte, Amora Vieira.

 

“A ideia do projeto surgiu a partir de um convite que o SENAI-RN recebeu da Vestas, este ano, para fazer parte do grupo de diversidade e inclusão da empresa. Nós pensamos em várias possibilidades de atividades envolvendo educação e considerando que a companhia, tem profissionais trabalhando cotidianamente com situações que envolvem números e soluções de problemas, com dados, pensamos ‘por que não trazer isso para as salas de aula?’”, complementa Amora Vieira.

 

Ação foi realizada durante o Fórum de Energias Renováveis que o Sebrae-RN promoveu, na capital, Natal, com o apoio do SENAI e da Federação das Indústrias do estado (FIERN)

 

Professores e professoras de diversos municípios do estado participaram da iniciativa, instigados por caminhos que vão desde a incorporação de variáveis importantes para a atividade eólica em equações matemáticas até o desenvolvimento de práticas relacionadas a equipamentos chave para o setor.

 

O público-alvo foram profissionais que atuam no 1º ano do Ensino Médio. Da teoria à prática, o grupo recebeu inspirações para a elaboração de exercícios e outras atividades de matemática, com sugestões para abordagem de conteúdos de forma interdisciplinar – ou seja, unindo também disciplinas como física, geografia, biologia e química.

 

A programação integrou o Fórum de Energias Renováveis que o Sebrae-RN promoveu, na capital, Natal, com o apoio do SENAI e da Federação das Indústrias do estado (FIERN). O Fórum discutiu temas como transição energética, energia eólica offshore, diversidade e inclusão no mercado energético.

 

Oficina

 

Na arena principal do evento, a oficina de educação mostrou, em aproximadamente 40 minutos, como a energia pode ser aplicada no universo do ensino.

 

A apresentação foi mediada por Amora Vieira e conduzida de forma conjunta pelo supervisor de Pás da Vestas, Michell Andrade, e o supervisor de Operação e Manutenção da empresa, Mário Hélio Gomes.

 

“Inserir o tema no ensino médio é um caminho para promover a conscientização sobre questões energéticas sustentáveis, desenvolver habilidades científicas e tecnológicas, além de preparar os estudantes para os desafios do futuro”, destacaram eles durante a exposição, apontando possibilidades para questões que explorem, por exemplo, probabilidade ou princípios físicos por trás da geração de energia eólica – envolvendo conceitos como cinemática, termodinâmica e eletricidade.

 

Experimentos

Atividades práticas também foram incentivadas, como a construção de modelos simples de aerogeradores ou experimentos para entender o impacto da velocidade do vento na produção de energia.

 

O professor Djailson Ferreira, da Escola Estadual Professora Clara Teteo, de Macau – município a 176km da capital do Rio Grande do Norte – afirma que já realiza esse tipo de experimento nas aulas, mas que agora pretende ir além, a partir do que viu e ouviu no evento.

 

“Nós pegamos motorzinhos de impressoras e fazemos mini parques eólicos na escola, só que não tínhamos ainda a percepção de que podíamos fazer também atividades desse modo, por isso viemos, para complementar a prática com a teoria”, disse.

 

O professor de matemática Renato Filho, da Escola Municipal 4º Centenário, e da Escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcanti, de Natal, destacou a importância da ação para estimular nos estudantes a problematização da realidade e o interesse por definições e resolução de problemas a partir de conceitos novos.

 

O professor de matemática Renato Filho destacou a importância da ação para estimular nos estudantes a problematização da realidade

 

“Essa aproximação é muito importante, para que os alunos possam trilhar o caminho do pensamento e aprender a resolver não apenas um problema que a gente aprendeu em um livro de 1960. A gente está gerando energia para resolver um problema social e humano”, frisou ele.

 

A oficina também atraiu professores e professoras de outras disciplinas, como Alcione Cabral, de 48 anos, que ensina Libras na Escola Estadual Juscelino Kubitschek, de Assu – distante 207km da capital.

 

Ela opina que “questões como sustentabilidade e transição energética precisam estar mais nas escolas, porque afetam a população inteira”. “São temas importantes para todas as disciplinas, não só para a área de Exatas. E eu, que já produzo energia solar na minha casa, mas não usava essas informações nas aulas, vou passar a utilizá-las a partir de agora”, acrescentou. A professora participou da iniciativa junto com colegas de informática, química e física.

 

O projeto está alinhado às estratégias do SENAI-RN com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em prol de avanços em áreas como educação de qualidade, cidades e comunidades sustentáveis e ação contra a mudança global do clima. Também está inserido em esforços relacionados ao Pacto Global de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem a instituição e a Vestas como signatárias.

 

“Nós pensamos no 1º ano do ensino médio porque ali estão adolescentes entrando na reta final da formação na escola e que devem estar pensando que rumo de carreira seguir, que curso, qual graduação ou curso técnico. Esse projeto ajuda no entendimento do que é energia eólica, do porquê isso está acontecendo no estado, do porquê o Rio Grande do Norte é líder na produção do setor e planta uma semente naquele professor ou professora, que serão os multiplicadores desse conhecimento em sala de aula”, observa Amora Vieira.

 

SAIBA MAIS

 

Esta não é a primeira vez que o SENAI-RN e a Vestas se unem em projetos que envolvem a educação. A convite do SENAI-RN, a empresa participou, em maio deste ano, em São Paulo, de uma série de discussões do Comitê Técnico Setorial Nacional de Energias Renováveis, do SENAI, sobre os perfis profissionais que as indústrias de energias renováveis querem contratar e os caminhos para a formação de pessoal na área.

 

O Comitê funciona como um fórum técnico consultivo para subsidiar a elaboração dos perfis que atendam à atividade e a reestruturação dos programas de educação desenvolvidos pela rede SENAI. Empresas e outras instituições que atuam em diferentes segmentos no mercado de energias renováveis participam dessa construção.
Em 2022, o SENAI-RN também executou no Rio Grande do Norte o primeiro programa Keep it Local, iniciativa conjunta da Vestas e da EDP Renováveis (Euronext: EDPR), quarta maior produtora de energia eólica e solar do mundo. Por meio da iniciativa, 25 pessoas foram formadas para operar e manter parques eólicos. Mais de 50% eram mulheres, um resultado apontado como importante no caminho para a igualdade de gênero no setor elétrico.

 

Sobre a Vestas

 

A Vestas é a empresa líder global em energia sustentável. A companhia projeta, fabrica, instala e mantém turbinas eólicas onshore e offshore em todo o mundo. Com mais de 169 GW de turbinas eólicas em 88 países, a Vestas instalou mais capacidade eólica do que qualquer outro fabricante. Por meio de nossos recursos de dados inteligentes líderes do setor e +149 GW de turbinas eólicas em serviço, usamos dados para interpretar, prever e explorar recursos eólicos e fornecer as melhores soluções de energia eólica da categoria. Juntamente com nossos clientes, nossos mais de 29.000 funcionários estão trazendo ao mundo soluções de energia sustentável para alimentar um futuro brilhante.

 

www.vestas.com

 

Sobre o SENAI

 

O SENAI é o maior complexo de educação profissional da América Latina e detentor da maior rede privada de Institutos de Tecnologia e Inovação para a indústria nessa região do mundo. No Rio Grande do Norte, engloba cinco Centros de Educação e Tecnologias: CET (Voltado ao setor da construção civil); CETCM (Voltado às indústrias de alimentos, vestuário e moda); CETIB (cursos diversos para a indústria); CETAB (vestuário, construção e outros), e CTGAS-ER, principal referência do SENAI no Brasil para educação e serviços com foco nas indústrias de energias renováveis e do gás, além de centro nacional de excelência para soluções de educação em desenvolvimento com a Alemanha para a cadeia produtiva do hidrogênio verde no Brasil. A atuação no RN se dá ainda por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e do Instituto SENAI de Tecnologias em Petróleo e Gás (IST-PG). Apenas no RN, os serviços oferecidos entre janeiro e agosto alcançaram indústrias, instituições e profissionais em busca de qualificação de 148 municípios, ou seja, de 89% do território potiguar. No mercado, empresas de todos os portes são atendidas, em setores como energia, alimentos e bebidas, construção civil, têxtil e de confecção e petróleo e gás.

 

Texto e fotos: Renata Moura