Selic em 13,75% ao ano é suficiente para manter inflação em queda, avalia CNI

8/12/2022   10h54

Edifício-Sede do Banco Central do Brasil em Brasília

 

Instituição espera que, com a continuidade da desaceleração da inflação, o Copom possa iniciar em breve o processo de redução da taxa de juros

 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) entende a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, uma vez que as expectativas de inflação para 2022 e 2023 permanecem acima das metas de inflação de cada ano. No entanto, a CNI espera que, com a continuidade do movimento de queda da inflação, o Copom inicie em breve o processo de redução da Selic.

 

“A taxa de juros nesse patamar tem restringido a atividade econômica e é suficiente para garantir a continuidade da desaceleração da inflação. As sucessivas altas dos juros, inclusive, já apresentaram seus resultados sobre as expectativas inflacionárias. O próprio Boletim Focus prevê uma inflação menor no fim de 2023”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

 

Desde o fim de 2021, a taxa Selic está em patamar alto o suficiente para inibir a atividade econômica e atuar na desaceleração da inflação. A intensidade dessa política contracionista é bastante expressiva, com taxa de juros real – que desconsidera os efeitos da inflação – está em torno de 8% ao ano, o que representa quatro pontos percentuais acima da taxa de juros neutra, que é aquela que não estimula e nem desestimula a atividade econômica. Atualmente, o Brasil tem uma das maiores taxas de juros reais do mundo.

 

A taxa básica de juros, no patamar que se encontra atualmente, foi um dos fatores determinantes para a desaceleração do PIB no terceiro trimestre e seguirá sendo um limitador significativo para o crescimento em 2023. Assim, para se evitar que a taxa Selic permaneça em alto patamar, também é preciso que o governo tenha cautela na condução dos gastos públicos.