As ações promovidas pelo SENAI do Rio Grande do Norte na “Semana Fashion Revolution 2024” – o maior movimento ativista de moda do mundo – foram apresentadas, nesta quinta-feira (25), ao Conselho Regional da instituição, na Casa da Indústria.

 

A Semana Fashion Revolution existe há 10 anos e tem o objetivo de impulsionar conceitos como “moda limpa, justa, ética, transparente e que valorize o planeta e as pessoas acima do lucro”.

 

O evento foi criado em alusão ao desabamento de um prédio sede de diversas confecções em Bangladesh, na Ásia, em 24 de abril de 2013 – quando milhares de pessoas que produziam roupas para grandes marcas acabaram mortas ou gravemente feridas no episódio.

 

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) e também do Conselho, Roberto Serquiz, observa que o objetivo desse tipo de apresentação é mostrar aos conselheiros os resultados práticos do trabalho desenvolvido pelo SENAI-RN e valorizar a atuação da equipe.

 

“O Fashion Revolution surgiu para dizer basta. Hoje, esse movimento existe ao redor do mundo e mobiliza profissionais da área de moda, estudantes, empresários e grandes indústrias em ações para incentivar as pessoas a questionarem suas marcas favoritas, convidando-as a uma simples, porém, poderosa reflexão, que seria: “quem fez minhas roupas?”, disse, na apresentação, a instrutora de formação profissional do SENAI Moda, Jéssica Cerejeira.

 

A edição 2024 do evento foi realizada entre os dias 15 e 24 de abril. Oficinas, palestras e outras atividades foram promovidas pelo SENAI em locais diversos. “Todas essas ações são importantes para a gente ocupar novos espaços e prospectar não só novos alunos e acessar novos públicos, mas também para ter uma possibilidade de transformar o mindset dos profissionais que estamos entregando para o mercado”, frisou a instrutora.

 

Resultados

 

Entre as ações em alusão ao evento foi realizada a oficina “Novos produtos com as rendeiras da Vida de Ponta Negra”, em que o instrutor do SENAI Moda, Dinedso Fonseca, levou, até as rendeiras, “técnicas de modelagem criativa para o desenvolvimento de novos produtos, com maior apelo comercial, sem perder a identidade da renda de bilro”.

 

A programação também incluiu a exposição “Produtos de Alcaçuz”, em que peças criadas por homens privados de liberdade que trabalham na oficina de costura do Presídio de Alcaçuz, foram expostas na “Vitrine SENAI”.

 

Apenados do presídio participaram ainda da oficina “Jornada de transformação e impacto social através da moda”, que envolveu o processo de criação de produtos de moda, aprimorando habilidades em colorimetria para trabalhar com retalhos, com apelo comercial.

 

Além disso, alunos do SENAI Moda visitaram o ateliê Júlio César NYC no período e, agora, participam de um desafio para, em colaboração com o Ateliê, desenvolver peças que irão vestir a cantora potiguar Krhystal. Outro destaque da programação realizada pela instituição foi a palestra “Apropriação cultural e propriedade intelectual na era da Inteligência Artificial”, com o advogado de Direito da Moda, consultor em branding de negócios e varejo de moda, Sérgio Lima.

 

O evento teve ainda oficina de “crochê terapia”, a exibição do documentário “Pontos invisíveis que costuram o RN”, com debate, e a exibição de um mural no Natal Shopping, em parceria entre o SENAI Moda e o SENAI de Santa Cruz – referência na área de confecções – trazendo rostos que costureiros/as e de outros/as profissionais que estão por trás das marcas na região Seridó do estado.

 

O Conselho Regional do SENAI-RN é formado por representantes da indústria, dos trabalhadores da indústria, do Ministério da Educação e do Ministério do Trabalho e Previdência.

 

Klebet Cavalcanti Carvalho, diretor de operações do SENAI-RN, reforçou que ações como as detalhadas pela instrutora têm potencial de atrair negócios, parceiros/as e novos/as alunos/as.