Soluções e ações de contingenciamento de óleo no litoral do RN são tratados em reunião do COEMA/FIERN

4/12/2019   19h41

 

O enfrentamento de problemas causados pelo derramamento de óleo no litoral do Nordeste do Brasil, mais especificamente no Rio Grande do Norte, foi foco da reunião da Comissão Temática de Meio Ambiente (COEMA/FIERN), realizada nesta quarta-feira (4), na Casa da Indústria. O debate reuniu diretores da FIERN, Sindicatos filiados, industriais, representantes de órgãos reguladores, como o IDEMA, a Marinha do Brasil e pesquisadores. A causa do acidente ambiental, que se espalhou por grande parte do litoral do país, ainda é considerada uma incógnita, segundo os especialistas.

 

Para o presidente do Sindicato da Indústria de Pesca do Estado do Rio Grande do Norte (SINDIPESCA-RN), Gabriel Calzavara de Araújo, existem três pontos que dificultam a investigação. “Havia mais de mil navios circulando no período do ocorrido. As informações são de que o óleo é submerso e, além de tudo, aconteceu em águas internacionais, tudo isso dificulta e muito a investigação”, explicou.

 

O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Extração do Sal do Estado do Rio Grande do Norte (SIESAL), Airton Torres, lamentou o acidente ambiental, entretanto, asseverou que a indústria do sal não foi afetada. “No monitoramento que realizamos em toda água captada, não houve, em nenhum local, vestígios do óleo. Felizmente, a indústria do sal não sofreu danos com este incidente, mas, mesmo assim, continuaremos o monitoramento”, disse Torres.

 

 

O bom engajamento para solução dos problemas foi destacado na faça da representante da OAB, Letícia Von Sohsten, durante a reunião. “O Rio Grande do Norte tem dado demonstração de muita união dos órgãos regulamentadores em torno desta questão”, afirmou.

 

O diretor da FIERN e presidente da COEMA, Roberto Serquiz, reforçou a necessidade da continuidade do trabalho para identificar e sanar danos, bem como da manutenção da união de atores de diversos segmentos da sociedade, inclusive colocando o COEMA/FIERN como um ponto de apoio para entidades e empresas.

 

“Este é um momento muito importante em que estão juntos os órgãos reguladores, que estão fazendo um trabalho articulado com os setores produtivos. Existe, sim, uma união muito grande para se resolver os problemas causados pelo episódio do derramamento de óleo no litoral”, destaca Roberto Serquiz.

 

 

 

As ações de contingenciamento do óleo derramado adotadas pelos órgãos reguladoras e por algumas empresas, segundo Serquiz, que também é presidente do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do Estado do Rio Grande do Norte (SINDRECICLA-RN), são importantes para se resolver o problema de forma emergencial, criando soluções para todos os setores.

 

“Mas, além dessas ações, fica o questionamento de como será daqui para a frente. O que será feito além do emergencial?”, indagou o industrial. “Os órgãos reguladores estão todos engajados em encontrar soluções e têm muita competência dos segmentos para lidar com a situação”, conclui.

 

O Coronel Medeiros, do 3º Distrito Naval, fez um breve relato do caso, desde o primeiro avistamento de óleo no litoral potiguar, ocorrido no dia 7 de setembro. “Nesse mesmo dia, cerca de uma hora depois, já havia equipes na praia verificando o fato. E, hoje, contamos com 34 navios, mais de 20 aeronaves e mais de 10 mil pessoas envolvidas em todas as ações, além do pessoal da parte técnica e científica”, afirmou.

 

Ações adotadas pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) foram apresentadas pelo diretor técnico, Werner Farkatt, que explicou o trabalho de monitoramento realizado. “Temos equipes de mergulhadores fazendo monitoramento nas praias, inclusive na área dos parrachos, e todo o resultado está sendo divulgado diariamente. A equipe de imprensa do IDEMA está responsável por esta divulgação”, explicou.

 

Participaram também da reunião Alberto Serejo – diretor da FIERN, Heyder Dantas – diretor-secretário FIERN, Gláucio F. Wanderley – superintendente corporativo FIERN, Gontran Azevedo – diretor operacional do SESI, Letícia Von Sohsten – representante da OAB, Alessandra Marinho – representante da SEMURB, Ciro Holanda de Melo – representante doSINDICER, Josiane Soares – representante do SINDIRECICLA, Rubem Botelho – representante da URBANA, Sérgio Pinheiro – representante da SEMARH, Vital Nóbrega – representante do SINDUSCON, Professor Pagandai V Pannirselvam – representante da UFRN.

 

Situação no RN
Segundo o Boletim do IBAMA, emitido em 17/11, o Rio Grande do Norte apresenta 51 áreas livres da presença de óleo, 18 apontam a incidência de vestígios/esparsos e 2 áreas com a presença de óleo, sendo elas: a Foz do Rio Catú, no município de Canguaretama e a Praia de Barreta, em Nísia Floresta.

 

Município atingidos
Touros, Rio do Fogo, Maxaranguape, Ceará-Mirim, Extremoz, Natal, Baía Formosa, Canguaretama, Tibau do Sul, Senador Georgino Avelino, Nísia Floresta, Parnamirim, Tibau e Grossos.

 

Serviço
As informações sobre a presença dos resíduos nas praias, através de boletins do GGI/Comando, relatórios de monitoramento, vistoria, análise de correntes marítimas e diversas orientações à população, estão disponíveis em: www.idema.rn.gov.br

 

Por Jô Lopes – jornalista – Unicom Sistema FIERN

Edição: Sara Vasconcelos jornalista – Unicom Sistema FIERN