BRAVO 2: Petrobras e Institutos SENAI de Inovação iniciam nova incursão no offshore com tecnologia inédita no Brasil

20/10/2023   12h31

Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore, lançada nesta quinta-feira em Areia Branca (RN), foi desenvolvida de forma inédita no Brasil para prospecções ligadas à energia eólica offshore | Foto: Mateus Felipe / ISI-ER

 

A Petrobras e os Institutos SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e em Sistemas Embarcados (ISI-SE) deram largada, nesta quinta-feira (19/10), à mais nova incursão da BRAVO – Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore – tecnologia desenvolvida de forma inédita no Brasil para prospecções ligadas à energia eólica offshore.

 

A  BRAVO, desenvolvida pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (CENPES) em conjunto com o SENAI, possui maior área de convés e upgrade na parte eletrônica em relação à primeira versão, e foi lançada a 20km da costa do Rio Grande do Norte, para uma campanha de testes e validação do sistema, no mar de Areia Branca/RN.

 

O equipamento tem capacidade para registrar velocidade e direção dos ventos, variáveis meteorológicas, como pressão atmosférica, temperatura do ar e umidade relativa, além de variáveis oceanográficas, a exemplo de ondas e correntes marítimas.

 

A operação de lançamento foi realizada a uma profundidade de 15 metros, na área de testes do SENAI-RN, com apoio da Marinha do Brasil e do consórcio Intersal, que opera o Terminal Salineiro de Areia Branca.

 

A operação de lançamento foi realizada a uma profundidade de 15 metros, na área de testes do SENAI-RN, no Rio Grande do Norte | Foto: Mateus Felipe / ISI-ER

 

Esta é a segunda etapa do projeto de desenvolvimento da tecnologia. O investimento da Petrobras na iniciativa totalizará R$ 11,3 milhões, através do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

 

Testada em uma primeira versão no ano passado, a BRAVO embarca um conceito de floating LiDAR desenvolvido, pela primeira vez, com tecnologia nacional.

 

Nesta nova fase, conhecida como BRAVO 2, o equipamento pesa 7 toneladas, tem 4 metros de diâmetro e 4 metros de altura. A autonomia de energia para o funcionamento é fornecida por módulos de energia solar fotovoltaica.

 

BRAVO 2 durante teste que antecedeu lançamento em Areia Branca: equipamento pesa 7 toneladas, tem 4 metros de diâmetro e 4 metros de altura | Foto: Renata Moura / ISI-ER

 

“A boia BRAVO é resultado do investimento constante da Petrobras em pesquisa e desenvolvimento e no estabelecimento de parcerias estratégicas com o ecossistema inovador. Esse desenvolvimento vai viabilizar maior cobertura de medição do potencial eólico do litoral brasileiro com custo menor e prazo compatível com a nossa ambição“, afirma a gerente executiva do Centro de Pesquisas da Petrobras, Maiza Goulart.

 

“A Petrobras assumiu posição de protagonismo e liderança no desenvolvimento de oportunidades em eólicas offshore no Brasil e esperamos poder contar, futuramente, com esse recurso de medição na jornada de transição energética justa que empreendemos”, afirma o gerente executivo de Energias Renováveis da Petrobras, Daniel Pedroso.

 

Inovações

O coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Antonio Medeiros, explica que as informações coletadas pela boia serão comparadas com dados de referência obtidos por uma estação de medição de vento fixa, localizada no Terminal Salineiro de Areia Branca.

 

“O nível de maturidade tecnológica do equipamento avançou e trouxe boas soluções para as limitações encontradas na primeira fase de testes. Esperamos uma BRAVO 2.0 robusta e capaz de atender às necessidades da Petrobras em relação à medição do potencial eólico offshore no Brasil, sendo uma alavanca importante para avançarmos nessa nova fonte de energia”, afirma o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos.

 

Travassos destaca que o investimento faz parte da estratégia da Petrobras de liderar o processo de transição energética no país. “Um novo projeto de P&D tem sido discutido com foco na instalação de novas BRAVOS em pontos estratégicos da costa brasileira, de modo aumentar a amostragem de dados e tornar o levantamento do potencial eólico ainda mais confiável”, revela.

 

Segundo o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim ,“quando estiver em estágio comercial, a BRAVO contribuirá para o aumento da oferta dos serviços e a redução do custo de implantação dos projetos de eólica offshore no país. Por ser flutuante, o equipamento é de fácil transporte e instalação ao longo da costa brasileira”, avalia.

 

 

Texto: Renata Moura, em parceria com assessoria de comunicação da Petrobras