A Sondagem das Indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte, elaborada pela FIERN, revela que, em março, o nível de produção industrial registrou crescimento na comparação com o mês anterior. Destaque-se que este é o segundo mês seguido de alta da produção. Acompanhando esta tendência, o nível médio de utilização da capacidade instalada (UCI) passou de 71% para 73%. Com esse resultado, a UCI está 6 pontos percentuais acima do valor registrado em março de 2021 (67%) e 3 pontos percentuais sobre sua média histórica (agora em 70%). Ainda assim, na percepção dos empresários potiguares, a utilização da capacidade está abaixo do usual para o mês (indicador de 49,3 pontos), comportamento que se vem repetindo ininterruptamente desde agosto de 2018. Além disso, os estoques de produtos finais voltaram a cair e ficaram abaixo do nível planejado pelo conjunto da indústria.

 

Os índices de satisfação com a situação financeira e com o lucro operacional registraram aumento no primeiro trimestre de 2022, mas permaneceram abaixo da linha divisória de 50 pontos, indicando insatisfação dos empresários tanto com a margem de lucro quanto com a situação financeira de suas empresas, conforme indicadores de 44,2 e 44,9 pontos, respectivamente. O indicador de acesso ao crédito também subiu, sem, contudo, ultrapassar a linha dos 50 pontos, mostrando que as restrições continuaram no trimestre. Ademais, os preços dos insumos e matérias-primas continuaram elevados (76,1 pontos).

 

Os principais problemas do primeiro trimestre de 2022, na opinião dos empresários potiguares, continuou sendo a falta ou alto custo da matéria-prima – pelo sexto trimestre consecutivo -, seguida pelas altas taxas de juros, pela elevada carga tributária e pela taxa de câmbio.

 

Em abril de 2022, os industriais potiguares apontaram expectativas de crescimento na demanda e nas compras de matérias-primas nos próximos seis meses. Contudo, esperam queda no número de empregados e estabilidade nas exportações. A intenção de investimento, por sua vez, atingiu 49,2 pontos, o que representa recuo de 7,6 pontos na comparação com março de 2022 (56,8 pontos) e de 0,7 ponto em relação a abril de 2021 (49,9 pontos).

 

Quando comparados os dois portes de empresa pesquisados, observam-se, em alguns aspectos, comportamento divergente. As pequenas indústrias apontaram utilização da capacidade instalada (UCI) abaixo do usual para meses de março; queda no número de empregados; e preveem redução no pessoal empregado nos próximos seis meses. As médias e grandes empresas, por sua vez, assinalaram UCI efetiva acima do usual para o período; aumento no número de empregados; e perspectivas otimistas para o emprego industrial nos próximos seis meses.

 

Comparando-se os indicadores avaliados pela nossa Sondagem Industrial com os resultados divulgados em 19/04 pela CNI para o conjunto do Brasil, observa-se que, de um modo geral, as avaliações convergiram, com a diferença de que os empresários nacionais apontaram estabilidade no emprego (indicador 50,1 pontos); os estoques de produtos finais estavam no nível planejado (50,3 pontos); e preveem crescimento no número de empregados e nas exportações nos próximos seis meses (52,9 e 54,3 pontos, respectivamente).

 

Evolução mensal da indústria

Os resultados da Sondagem das Indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte, realizada entre os dias 1º e 11 de abril de 2022, mostram que a produção industrial potiguar cresceu pelo segundo mês consecutivo em março. Ressalte-se que esse é o maior valor para um mês de março desde 2010, quando o indicador atingiu 59,4 pontos.

 

O indicador de evolução da produção cresceu 4,8 pontos em março de 2022, passando de 52,5 para 57,3 pontos, mostrando aumento na produção, comparativamente ao mês anterior (valores acima de 50 pontos indicam expansão). Na comparação com março de 2021, o índice subiu 5,5 pontos (51,8 pontos). A produção aumentou nos dois portes de empresas pesquisados. Entretanto, as pequenas indústrias registraram a maior alta do indicador na comparação mensal (16,2 pontos), passando de 39,6 para 55,8 pontos. Já o índice das médias e grandes empresas cresceu 1,1 ponto, de 56,7 para 58,8 pontos.

 

O indicador de evolução do número de empregados subiu 5,1 pontos em março de 2022, passando de 44,7 para 49,8 pontos, mas permanece abaixo da linha divisória de 50 pontos, mostrando queda no emprego em relação ao mês anterior, ainda que menos acentuada. Na comparação com março de 2021, o indicador avançou 1,4 ponto (48,4 pontos). O indicador das pequenas empresas ficou em 44,2 pontos, revelando queda no número de empregados (ante 43,8 pontos da Sondagem de fevereiro). Já o das médias e grandes passou de 45,0 para 51,6 pontos, mostrando aumento do pessoal ocupado comparativamente ao levantamento anterior.

 

Para mais informações sobre a SONDAGEM INDUSTRIAL DO RN, acesse: https://www.fiern.org.br/wp-content/uploads/2022/04/SONDIND_mar2022.pdf