Saúde 4.0 otimiza processos e aumenta a produtividade do colaborador

16/09/2019   22h31

As soluções em tecnologia da informação e comunicação vêm constantemente transformando os setores econômicos. A área da Saúde também sente os efeitos desta conversão, com a chamada Saúde 4.0. Ela reflete tanto na relação entre médicos e pacientes, como também nas empresas em relação às medidas de prevenção, predição e gestão de saúde dos colaboradores.

 

Na Saúde 4.0, hospitais, clínicas, consultórios podem usar mecanismos de inovação baseados em inteligência artificial em equipamentos, exames e computadores, na gestão e administração do negócio e em outras etapas importantes desse sistema. A introdução robótica não substitui a atividade profissional humana, mas pode ajudar na eficiência do atendimento e dos diagnósticos e na própria gerência de setores e equipes mais diversos dentro de um hospital.

 

Baseado em pesquisa do Serviço Social da Indústria (SESI), Paulo Mól, diretor de operações do SESI, revelou que atualmente micro e pequenas empresas investem mais por serem cobradas pelo governo, legalmente, do que por entender o quanto é importante investir na agenda de Saúde. “Não há o entendimento sobre o quanto a iniciativa vai poupar a empresa, o quanto vai ter retorno de produtividade”, explica. “Para a implementação das novas tecnologias é necessário uma adaptação”, conclui.

 

Armando Lopes Júnior, gerente regional para o Brasil da Siemens Healthineers, relata, a partir de experiências empresariais, que o investimento em prevenção de doenças e promoção de saúde é uma medida de diminuição de custos. A digitalização dos processos industriais tem como consequência também o aumento da produtividade na empresa. “Esse recurso pode ser reinvestido para ampliar o acesso à saúde”, pontua.

 

 

Na relação humana e digital, Antonio Lacerda, vice-presidente Sênior da BASF e presidente do Comitê de Tecnologia e Inovação da AHK Brasil, ressalta que o olhar do empresário deve estar não apenas no investimento, mas também na qualidade de vida do trabalhador. “Quando avaliamos o investimento, olhamos o financeiro que é tangível, mas existe o intangível, o humano, que é a motivação do colaborador. Sem o elemento humano, o digital não caminha sozinho”, destaca.

 

 

Outro aspecto da interação do avanço tecnológico e da saúde é a possibilidade de melhor diagnóstico a partir da sistematização dos dados do paciente. “A concentração dos dados do paciente possibilita a padronização do processo de tratamento. Outra solução interessante é usar toda a tecnologia para acompanhamento e controle do casos e verificação dos indícios de doenças”, complementa Armando Lopes.

 

 

Contudo, ainda há muitas dificuldades no campo burocrático para que as inovações se tornem reais na sociedade brasileira. Denise Souza, gerente de qualidade Draeger Safety do Brasil Ltda. opina que a legislação do Brasil ainda não está preparada para as novas formas de trabalho, surgidas a partir do 4.0, a exemplo da modalidade de trabalho Home Office, como também há dificuldade de adequação na própria cultura. “Nosso país e sua legislação está apropriado para receber inovação? É algo que precisa ser pensado. Além disto, temos de olhar ainda o quanto a cultura está preparada para isto”, reflete.

 

Por Daísa Alves

Fotos: Eliel Matias