Artigo — A grandeza e os empregos do Pró-Sertão

15/01/2024   15h54

 

O ano de 2024 se inicia com esperanças no horizonte para a retomada do desenvolvimento industrial, mas com o destacado compromisso de lutarmos em defesa de cada emprego, de cada segmento e de cada valorosa empresa industrial aqui firmada. Essa é a nossa missão.

 

Diante dela, torna-se importante trazer à discussão, neste início de ano, o projeto Pró-Sertão, iniciativa articulada pelo Senador Rogério Marinho quando exercia, no território potiguar, o cargo de Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico. Conseguiu reunir instituições e empresas para avivar um ramo industrial, representado pelas Oficinas de Costura que estava, naquela época, atravessando grave crise.

 

A indústria das peças do vestuário, na modalidade Oficinas de Costura, precisava de mais clientes. A articulação denominada “Pró-Sertão” conseguiu apoiar o segmento e ajudou a prospectar novos clientes, dentre os quais, o Grupo Riachuelo. Muitas Oficinas de Costura passaram a vender serviços a Indústria Guararapes que, por sua vez, entrega o produto finalizado às lojas Riachuelo. As Oficinas, um pouco mais de 120 atualmente, estão espalhadas por diversas cidades do interior do Rio Grande do Norte. Um arranjo produtivo vitorioso.

 

Mas, algumas ameaças sempre surgem, sobretudo, quando há sucesso. A ameaça do momento é a deslealdade comercial em relação às compras feitas, pela internet, no exterior do País. No Brasil: taxas, burocracia quase irracional, custos adicionais e folha salarial com excessivos encargos. Em alguns outros países: baixa carga tributária, poucos direitos trabalhistas, tecnologia, crédito barato e desburocratizado. Em síntese: realidades diferentes que não devem ser desconhecidas, sob pena de condições de competitividade gravemente desequilibradas.

 

Lamentavelmente, no que se refere ao segmento de confecções de peças do vestuário, o Governo Federal está estimulando a concorrência desleal e, se persistir com o erro, em breve aumentará o número de pessoas desempregadas, na indústria e também no comércio. As plataformas estrangeiras disponíveis na internet, com o atual estímulo dado pelo Governo Federal, já estão afetando as vendas nas lojas brasileiras, consequentemente, diminuindo a produção da indústria nacional.

 

Direto ao ponto: os empregos gerados pela articulação pró-sertão estão ameaçados! O Rio Grande do Norte pode se dar ao luxo de perder, aproximadamente, 5.000 empregos no interior? O Nordeste brasileiro, que tem vários de seus Estados com parques industriais de confecções de peças do vestuário, pode desmobilizar uma de suas principais atividades econômicas?

 

Pergunto e já respondo: não pode! O Rio Grande do Norte em particular, não pode perder um único emprego formal, seja na Capital ou no Interior.

 

Hora do grito antes de prejuízos irrecuperáveis. Hora de união e luta.

 

Por Roberto Serquiz, Industrial e presidente do Sistema FIERN