Artigo: Orgulho Potiguar, por Flávio Rocha

20/09/2021   15h00

Há mais de 70 em Natal meu pai, Nevaldo Rocha, sonhou em transformar o estado do Rio Grande do Norte. Ele queria que habitantes do estado tivessem como escapar da triste realidade de um estado marcado pela seca e pela miséria endêmica, e foi movido por esse sonho que ele decidiu criar uma empresa que hoje é uma das maiores do país.

 

Mas o Rio Grande do Norte não é só o local de nascimento do Grupo Guararapes. Crescemos e cruzamos fronteiras, mas somos uma empresa verdadeiramente potiguar: trazemos em nosso sangue as mesmas características desse povo que participou de toda a nossa trajetória. A força diante dos desafios, a vontade de vencer, a criatividade e a resiliência são apenas algumas das qualidades que herdamos dessa gente que há décadas faz parte da nossa história.

 

Recentemente anunciamos a criação de uma coleção exclusiva inspirada em nossas raízes potiguares, uma parceria com a artista plástico Ariell Guerra, nascida no Seridó, e que retrata a fauna e flora do estado.

 

Foi por acreditar na força local que nos tornamos uma das principais empresas do setor no País, e conseguimos isso sem deixar nossas raízes para trás. Mas os desafios locais são históricos e enormes, e muito ainda precisa ser feito para que as mazelas que afetam todo o Nordeste também estendem seus tentáculos para o nosso Estado.

 

E é por isso que a criação do Pró-Sertão, uma parceria entre o Governo do Estado, o Sebrae/RN e a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) foi uma iniciativa fundamental para que possamos juntos não só superar as dificuldades que enfrentamos, mas transformar a realidade de milhares de famílias.

 

Com o objetivo contribuir para a geração de emprego e renda em municípios localizados em regiões de baixo desenvolvimento econômico por meio da implantação de confecções, o programa já criou 5 mil empregos, todos com carteira assinada, e beneficiou indiretamente 50 mil pessoas, especialmente na região do Seridó.

 

Gerar empregos é, com a mais absoluta certeza, o programa social mais importante que um governante pode promover. O trabalho traz dignidade, diminui ou mesmo elimina os ciclos de pobreza e miséria que se perpetuam por gerações e permite que as pessoas possam olhar para o futuro não só sob a perspectiva da sobrevivência dia após dia.

 

Ao visitar diversas oficinas criadas pelo programa, pude ver como “todo o trabalho é vazio a não ser que haja amor”, nas palavras do escritor de origem libanesa Khalil Gibran. A felicidade de quem passou a gerar seu próprio sustento é palpável. Os sorrisos que vi nos rostos de centenas de pessoas não eram sorrisos de gratidão, mas sim de orgulho. Orgulho de participar de algo que está transformando as comunidades, mudando a vida das pessoas e abrindo um universo de possibilidades para esta e para as próximas gerações.

 

Flávio Rocha

Empresário e Presidente da Riachuelo

Artigo originalmente publicado na edição da Tribuna do Norte de 19/09/2021