Projetos do SENAI-RN para estimular equidade no setor de energia são apresentados a gestores e lideranças do país

13/04/2023   12h21

Amora Vieira, do SENAI-RN, foi uma das convidadas a compartilhar experiências de sucesso envolvendo ESG e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

 

“O gestor tem que ter empatia na educação”, disse a assessora de Mercado e Projetos do SENAI do Rio Grande do Norte, Amora Vieira, ao responder – em uma videoconferência com 280 participantes de todo o Brasil – quais seriam as características essenciais de uma “liderança ESG”, sigla em inglês para environmental, social and governance, que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. No mundo corporativo, praticamente um sinônimo de sustentabilidade. No exemplo dela, o “olhar para meninas que chegam com olhar de esperança” em busca de qualificação profissional, “mostrar que aquilo pode ser uma oportunidade na vida delas” e estimular para que “percebam que elas também podem ser eletricistas, pedreiras, armadoras de ferro, instaladoras de módulos de energia solar”, exemplos de áreas em que homens são maioria.

 

O tema foi abordado nesta quarta-feira (12) durante a “Trilha de Desenvolvimento de Gestores e Lideranças SENAI”, em que Amora e a gerente de Recursos Humanos da Jaguar – Land Rover, Raquel Henriques, foram convidadas a compartilhar experiências de sucesso envolvendo ESG e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

 

Na apresentação “Projetos em Educação para a Indústria de Energias Renováveis: A jornada do encantamento”, a assessora do SENAI-RN reuniu uma série de iniciativas realizadas em parceria com empresas do setor, por meio do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), sua escola de referência nacional para formação de profissionais para as indústrias de energia e do gás. A lista inclui, por exemplo, a primeira especialização técnica em operação e manutenção de parques eólicos exclusivamente para mulheres, a formação da primeira turma de eletricistas exclusivamente feminina, estímulos à participação de mulheres em cursos na área da construção civil, além de incentivos para o ingresso de meninas em cursos técnicos focados em profissões tecnológicas.

 

Os projetos e programas de capacitação, realizados com companhias e instituições de peso, como AES Brasil, Engie, Neoenergia Cosern, Elera Renováveis, Elecnor, EDP Renováveis, Vestas e agência de cooperação alemã GIZ, estão alinhados às estratégias do SENAI-RN com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e inseridos em esforços relacionados ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil, que tem a instituição como signatária. “São caminhos que têm nos permitido aprender mais e nos desafiar sempre: E agora, como elevo essa entrega? E pensar em novos caminhos para que as empresas entendam que temos o cuidado de pensar diferente e que estamos conectados com as estratégias delas”, destacou ainda a assessora.

 

As ações do SENAI-RN que buscam maior inserção de mulheres nas salas de aula e no mercado estão, segundo a assessora, em fase de expansão e aprimoramento, com frutos colhidos dentro e fora do Rio Grande do Norte. “A gente planta a semente na pessoa que quer ingressar na indústria e, além de entregar qualificação, entregar oportunidades faz parte do nosso propósito”, disse Amora, acrescentando que as ações ligadas aos ODS – que buscam, entre outros avanços, inclusão, redução de desigualdades e ampliação do acesso à educação de qualidade para todas as pessoas – devem ser perpetuadas independente de quem estiver gerindo a instituição. “Nós queremos deixar como uma cultura organizacional”, acrescentou ela. Em análise sobre lideranças ESG, Raquel Henriques, da Jaguar – Land Rover, pontuou, por sua vez, que “Diversidade não é moda. É respeito”, e que “conseguir promover isso de forma genuína no time é extremamente importante”.

 

Reconhecimentos
Projetos do SENAI-RN liderados pelo CTGAS-ER, que buscam mais inclusão e igualdade para mulheres no mercado de energia, foram reconhecidos nacionalmente pelo SENAI como Boas Práticas de Gestão Escolar.
Em março de 2023, outro reconhecimento foi registrado: a História em Quadrinhos (HQ) “Superliga contra nuvens de gás”, concebida pelo Sistema FIERN, por meio do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), foi recomendada pelo Ministério da Educação (MEC) e a agência pública de cooperação alemã GIZ como parte dos materiais selecionados para auxiliar escolas do Brasil a abordarem transição energética e descarbonização, em sala de aula – com estímulo à equidade de gênero e ao aumento da participação de meninas e mulheres no setor de energias renováveis.

 

Um dos reconhecimentos citados na apresentação da assessora foi a recomendação do Ministério da Educação e da GIZ para que a revista em quadrinhos do ISI-ER, Superliga contra nuvens de gás, seja usada entre as referências nas escolas do Brasil para discutir transição energética, descarbonização e equidade de gênero

 

A Revista em quadrinhos, disponível à população com download gratuito, foi inserida na cartilha digital “Energia & Equidade de Gênero”, acessível no Portal da Indústria (Clique aqui para entrar na página).

 

O “gibi publicado pelo SENAI-RN, em que super-heróis e super-heroínas, em igualdade de poderes, salvam o planeta com as energias limpas” é citado entre os destaques da cartilha. Aparece no material como indicação para a educação básica, com foco nos ensinos Fundamental I e II, que, segundo as instituições envolvidas, são “etapas em que reside um grande potencial de transformação para a equidade de gênero – e em que apresentar a existência das desigualdades e a possibilidade de transformá-las, por meio de ações, do diálogo e da reflexão, pode impulsionar crianças e suas famílias a serem agentes de mudança”.

 

Lançada originalmente em junho de 2022, a “Superliga contra nuvens de gás” transforma pesquisadores e pesquisadoras reais do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis em heróis e heroínas que se unem para enfrentar o descontrole do Dióxido de Carbono (CO2) – o mais abundante gás do efeito estufa – e as ameaças que as emissões descontroladas dele trazem ao planeta.