“O sentido de trabalhar em equipe é somar as competências e construir algo maior do que essa soma”. A análise é do navegador e escritor Amyr Klink, empreendedor de expedições marítimas conhecido por suas viagens solitárias à Antártida, mas exíguo defensor do trabalho em equipe e da atuação “invisível” de muitas pessoas para que se possa realizar grandes projetos. Amyr Klink falou sobre o assunto na tarde desta quarta, na palestra “Superação de Desafios e Trabalho em equipe na visão de Amyr Klink”, restrita aos funcionários do Sistema FIERN.

 

A palestra ocorreu de forma virtual e foi transmitida via Unindústria – Universidade Corporativa SESI SENAI. Ela foi oferecida aos funcionários como premiação de 4º lugar do Regional no Programa de Incentivo ao Engajamento 2019 da Unindústria.

 

Nela, Amyr Klink relatou sua experiência em realizar viagens à Antártida e Antártica falando não somente do que acontecia durante as expedições, mas da preparação delas, quando contava com uma equipe envolvida em preparar soluções para dotar as embarcações das qualificações necessárias para as viagens planejadas.

 

“O esforço de formar equipe e juntar as competências às vezes é difícil, mas é um esforço extremamente gratificante. Gera um resultado que é muito mais que um somatório, mas um produto. Essa é uma das coisas gratificante de empreender, especialmente em um país complicado como o nosso”, afirma.

 

Um dos relatos do navegador na palestra foi sobre quando resolveu encarar o desafio de desenvolver um barco para passar 14 meses na Antártida – para uma viagem que acabou durando 22 meses, enfrentando inclusive o inverno. Quando ia voltar para o Brasil, resolveu “subir” até o Círculo Polar Ártico, percorrendo uma distância superior ao de uma volta ao mundo.  “O desafio acabou motivando as pessoas com quem eu contava para resolver os problemas todos possíveis na preparação daquela viagem”, contou. “Nós somos provedores invisíveis de muitas pessoas e da mesma forma temos muitos provedores invisíveis que nos auxiliam”, afirmou.

 

Analisando o período difícil que a humanidade enfrenta com a pandemia, Amyr Klink afirmou que as dificuldades e a escassez de recursos provocam a criatividade, a busca de novas soluções e ideias. “Quando a gente não tem pressão, crise, tensão, a gente se torna pouco eficiente, relapso. Quando a gente tem recursos em abundância, deixa de ser criativo e competente. No Brasil temos um exemplo prático disso. O período que estamos passando, e muitos sentidos, demonstra isso”, relata. “A grande herança dessa experiência que estamos passando será esse aprendizado. Mesmo isolados em um quarto podemos trabalhar em equipe, realizar projetos poderosos e compartilhar o que a gente faz”, avalia.

 

Para ele, vários setores estão ganhando uma eficiência que não se imaginava antes. “Olhando para trás hoje a gente vê quantos recursos a gente tinha para fazer mais do que fazia e não fazia. Percebo uma tendência muito grande de compartilhamento. Estamos começando a compartilhar moradia, mobilidade. Hoje a gente pode montar uma companhia de aviação sem ter um único avião. Essa é uma tendência cada vez mais contundente e forte”, afirma. “Está sendo um processo que poderá ser muito gratificante para todos nós, se tivermos a consciência que não será calmaria quando acabar, mas que pode ser um aprendizado muito importante para a saúde das empresas e das pessoas”, concluiu.