Artigo Presidente da FIERN – Sustentabilidade: tarefa de todos

30/11/2021   10h40

Amaro Sales, presidente do Sistema FIERN Foto: Moraes Netto

 

Precisamos prestigiar, mais e mais, o tema sustentabilidade em todas as agendas. Todos os Países devem firmar e reconhecer suas responsabilidades. A mim, com o devido respeito à quem pensa diferente, não me parece justo que a maioria remeta para o Brasil, em particular para a Amazônia, o dever – quase que exclusivo – de implementar medidas que tenham repercussão mundial. E os demais Países? E as responsabilidades compartilhadas?

 

Recentemente a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP26, com a participação de cerca de 200 países, evidenciou a necessidade de acelerarmos medidas para a contenção de danos graves – e irreversíveis – ao meio ambiente. Ao final, dentre outras importantes notas conclusivas, mais de 100 países concordaram em reduzir as emissões do gás de efeito estufa até 2030 e grandes usuários de carvão – como a Polônia, por exemplo – concordaram em reduzir gradualmente a utilização do minério, que é um dos maiores geradores de carbono para a atmosfera. Como bem resumiu, em declaração à imprensa, o secretário-geral da ONU, António Guterres, o conteúdo do documento final da COP26 reflete os “interesses, contradições e momento da vontade política do mundo hoje”.

 

O Brasil, por sua vez, é um protagonista relevante, diante do tema, sob qualquer aspecto.  Há, inegavelmente, uma legislação nacional consolidada em relação ao meio ambiente, inclusive, uma estrutura estatal bem articulada e atuante. Para as propriedades rurais e empresas existem regras que, em resumo, norteiam a atividade produtiva e determinam áreas de preservação. Muito ainda pode ser feito, mas não podemos ter a sensação equivocada de que tudo está parado ou que nada se faz neste meio. Bem ao contrário!

 

Ocorre que há aspectos do tema, considerando consensos em relação a vários tópicos, que podem ser tratados sob enfoques diferentes. Neste sentido, podemos diminuir o ímpeto meramente punitivo para estimular o empreendedorismo a partir da sustentabilidade. Para ilustrar: energias renováveis, reciclagens, incluindo materiais como alumínio e borracha, automóveis elétricos, técnicas de aproveitamento mais eficaz do solo e d´água, dentre outros. É que muitos chamam de “economia verde”, uma oportunidade extraordinária para o Brasil que, aliás, assumiu um destacado compromisso de neutralizar a emissão de carbono até 2050, um gigantesco desafio e uma importantíssima contribuição para o Planeta Terra.

 

O mundo, todavia, não pode ficar esperando apenas o Brasil e, em especial, a Amazônia. Todos precisam fazer o que é devido, cabendo aos organismos internacionais a relevante tarefa de acompanhar, denunciar, punir os que não seguirem na busca entre o equilíbrio, tão desejado, de conservação do meio ambiente com a necessidade de trabalho e consumo da população humana que, segundo a ONU, em 2030 chegará a 8,5 bilhões de pessoas com mais de 50% deste expressivo contingente somente no continente asiático.

 

Enfim, se aplica também aqui uma expressão da sabedoria popular: a união faz a força! Ora, se todos prestarem a mesma colaboração – em intensidades diferentes dadas as peculiares de cada um – o resultado desejado será alcançado!

 

Amaro Sales de Araújo, industrial, presidente do Sistema FIERN e diretor da CNI