FIERN divulga Síntese do novo CAGED do RN referente a janeiro de 2022

17/03/2022   09h39

 

 

Saldos de empregos com carteira por setor em janeiro 2022

Setor   Admitidos   Desligados   Saldo   Variação

Agropecuária 362 1.685 -1.323 -7,44%

Indústria (+Construção) 4.003 5.255 -1.252 -1,24%

Comércio 3.286 4.325 -1.039 -0,88%

Serviços 6.503 5.319 1.184 0,58%

TOTAL 14.154 16.584 -2.430 -0,55%

 

Desempenho em janeiro de 2022

No primeiro mês de 2022, o emprego com carteira assinada no Rio Grande do Norte registrou saldo negativo correspondente a -2.430 vagas, resultantes da diferença entre 14.154 admissões e 16.584 desligamentos, com redução de -0,55% no total (estoque) de empregados vinculados à CLT. Entre os grandes setores, apenas os Serviços assinalaram saldo positivo em janeiro (+1.184). Nos demais, os balanços foram os seguintes: Agropecuária (-1.323); Indústria total (-1.252) e Comércio (-1.039). Em termos gerais, temos o pior resultado para um mês de janeiro, desde 2020, quando a metodologia de estimativa do Novo CAGED foi implantada.

 

Mesmo em relação ao conjunto do país, o Rio Grande do Norte foi a UF com saldo de vagas mais negativo. Na série dos últimos três janeiros (2020 a 2022), constata-se uma disparidade de tendência e de volume nos saldos totais de vagas no estado. As razões para tanto são diversas. Em primeiro lugar, em termos de direção, janeiro costuma ser um mês de saldo geral negativo, influenciado pelos cortes de vagas temporárias no cultivo de frutas, no comércio varejista e no processamento da cana-de-açúcar.

 

Em contrapartida, os Serviços são favorecidos pela alta sazonal do turismo. Na série referida, verificamos que o primeiro mês de 2021 assinalou tendência atipicamente positiva (+1.815 vagas); contou, para tanto, com a contribuição extraordinária dos Serviços, que, além da alta sazonal, se encontrava em recuperação da primeira onda da Covid-19. Em segundo lugar, no que diz respeito ao volume dos resultados, para a maior quantidade de dispensas em janeiro de 2022 (-2.430 vagas), quando comparada a igual período de 2020 (-1.043), contribuíram cortes de mão de obra mais intensivos na Agropecuária, no Comércio e na Indústria total.

 

Ressalte-se que a pandemia da Covid-19 só veio a impactar diretamente a economia brasileira a partir do final de março de 2020. É bastante provável que a perda de poder aquisitivo das famílias, em decorrência do menor valor do auxílio emergencial aos desempregados, que afetou, principalmente, regiões com níveis de renda mais baixos, tenha exercido papel importante na intensidade dos cortes de vagas no estado. O desempenho do Comércio é ilustrativo: em janeiro de 2020, o setor cortou -332 vagas, no mesmo mês do ano seguinte, abriu +527, e no ano atual, eliminou -1.039. Reforça essa hipótese da influência do efeito-renda sobre o emprego, o fato de que, das oito Unidades da Federação com saldo negativo do emprego, seis fazem parte do Nordeste. Desta, ficaram de fora apenas Maranhão, Pernambuco e Bahia.

 

Para o balanço mais fraco do conjunto do país em janeiro, contribuíram, ademais, efeitos decorrentes da variante Ômicron da Covid-19, a inflação e o desemprego elevados e o aumento dos juros.

 

Destaques na indústria potiguar

O setor industrial potiguar fechou -1.252 postos de trabalho em janeiro, saldo resultante do corte de -1.528 vagas na Indústria Geral e abertura de +276 na Construção. Com este resultado, o setor perdeu -1,24% dos empregados existentes no mês anterior. Em termos do desempenho de suas atividades, pelo lado positivo, cabe destacar o segmento de Confecção do vestuário e acessórios, que manteve o ciclo favorável iniciado em 2021, quando foram realizadas +1.760 contratações líquidas de mão de obra.

 

No primeiro mês de 2022 o segmento gerou +111 empregos. Quanto à intensidade dos cortes, a indústria sucroalcooleira é o principal destaque. Em início de baixa sazonal, o segmento dispensou -1.748 vagas em suas manufaturas (- 457 na de açúcar e -1.291 na de biocombustíveis), quando no mesmo período de 2021 o saldo foi de -606.

 

No que diz respeito à Construção, 4 mesmo com o balanço positivo do conjunto (+276 vagas), o desempenho do mês ficou muito aquém do observado, por exemplo, no mesmo período de 2021 (+899) e de 2020 (+891). É factível que o aumento dos juros e da inflação já estejam fazendo a recuperação recente da Construção Civil perder força.

 

Para acesse a Síntese do CAGED na íntegra, acesse: https://www.fiern.org.br/wp-content/uploads/2022/03/janeiro-2022-.pdf