Música e arte marcam reabertura do Solar Bela Vista

29/04/2022   12h21

 

Música e arte marcaram a reinauguração do Solar Bela Vista em solenidade, na noite desta quinta-feira (28), em um dos mais bonitos e antigos conjuntos arquitetônicos existentes em Natal. Com apresentação do Sexteto da SESI Big Band e a exposição “Luzia Dantas: Poesia e beleza que nasce da caatinga”, em parceria com o Museu Câmara Cascudo, o Solar reabriu suas portas ao público e à cultura.

 

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Amaro Sales de Araújo, destacou que o Solar tem grande representatividade não só para o Sistema Indústria, como também na cultura do Rio Grande do Norte. E lembrou que o Solar está localizado no corredor cultural da capital, perto de outras edificações de importância para a história e cultura do estado.

 

“É uma casa de todos, aberta ao público. Para eventos, festas e com condições de receber até 700 pessoas”, destacou. O investimento na reforma foi de cerca de R$ 700 mil e, por ser um imóvel tombado pelo Patrimônio Histórico, teve a obra acompanhada de perto pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

 

Durante o evento, foi entregue como simbólico presente à FIERN uma pintura da fachada do Solar Bela Vista, datada de 1984, que foi encontrada em um imóvel em Currais Novos. Os familiares dos proprietários da casa fizeram a doação da obra que remete ao belo casarão. Junto da pintura, uma carta à federação destacando a importância do trabalho de preservação cultural. “É um grande presente receber uma pintura como esta, justamente na reabertura do Solar”, disse Sales.

 

Com a reabertura, o Solar está incorporado ao portfólio do SESI-RN na área de serviços e poderá ser utilizado, já em perfeitas condições, para viabilizar financeiramente a sua própria manutenção, que é de alto custo. Locar para eventos culturais, lançamentos de livros, aniversários, casamentos, gravações. Será um equipamento cultural para a cidade e para o SESI.

 

A reinauguração ocorreu na data em que se comemorou o Dia da Caatinga, fato ressaltado pelo presidente Amaro Sales que lembrou: o Nordeste é vida. “Sabemos da história do nordestino, do sertanejo e temos visto que o Nordeste começa a trazer desenvolvimento para o Brasil”, ressaltou.

 

Para o superintendente do SESI-RN, Juliano Martins, a reabertura do Solar é “importantíssima para o Sistema [FIERN]”. “O Solar representa a parte cultural do SESI-RN, que está sendo reativada. Nos últimos anos, o SESI se dedicou, devido as circunstâncias, à saúde e segurança do trabalhador da indústria e da educação. Agora o Departamento Nacional [do SESI] voltou sua atenção para a parte cultural, que será bem explorada”, comentou.

 

Diretor do Museu Câmara Cascudo e curador da exposição, Everardo Barros, disse que o Solar é um local privilegiado no RN de cultura e arte. “Todo natalense gosta muito”, comentou.

Quanto à exposição, ele explicou que é uma homenagem à Luzia Dantas, artista popular com obras reconhecidas em museus no Brasil e que faleceu este ano. “É uma forma de reabrir esse espaço de cultura daqui do estado com obras de uma grande artista potiguar”, afirmou.

 

Barros informou que a exposição será aumentada em número de peças com mais conteúdos falando sobre Luzia Dantas. “O Solar Bela Vista sendo esse palco privilegiado no estado a gente tem muitas perspectivas de parcerias para apresentações, exposições. São várias possibilidades”, disse.

 

O evento de reinauguração reuniu diretores e gestores do Sistema FIERN, o superintendente da Sudene, General Araújo Lima, da superintendente do Iphan no RN, Ilana de Castro Lima Chagas, do presidente da Fecomercio, Marcelo Queiroz, e demais convidados.

 

História
Construído na primeira década do século XX pelo coronel Aureliano Medeiros, o casarão, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) trouxe beleza e inovações para a Natal da época. Após a morte do militar, o imóvel já foi hotel e sede – temporária – do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.

Nos anos 1980, durante a gestão do então presidente Fernando Bezerra, o Sistema FIERN adquiriu o imóvel e fez a primeira grande restauração, com supervisão da Fundação José Augusto (FJA). De lá para cá, o local é o braço cultural do SESI-RN. À época, funcionava uma escola de música, um auditório e salas de leitura.