Observatório Nacional da Indústria repercute pesquisa da FIERN sobre os impactos da crise na segurança pública para o setor

4/04/2023   15h29

A pesquisa qualitativa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), por meio do Observatório da Indústria MAIS RN, que mostrou os principais efeitos da crise na segurança para as empresas industriais potiguares, foi divulgada também pelo Observatório Nacional da Indústria, que integra a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

 

Para o coordenador do MAIS RN, José Bezerra Marinho, o levantamento rápido do conteúdo foi suficiente para ter informações consistentes. “Conseguimos apresentar dados do que estava ocorrendo na segurança pública e o impacto disso sobre a economia, notadamente na indústria”, disse.

 

Segundo ele, os dados mostrando o impacto na indústria ganharam a repercussão no país sendo, inclusive, repercutidos no Observatório Nacional da Indústria. “A qualidade e quantidade de informação são fundamentais para o processo decisório”, comentou. Para Marinho, segurança pública e economia podem não estar diretamente ligadas, mas há o impacto uma vez que esta se integra a outras áreas. “O que vivenciamos provoca instabilidade nos colaboradores, por exemplo no bem-estar deles”, exemplificou.

 

O gerente do MAIS RN, Pedro Albuquerque, explicou que há três parques industriais no RN: Natal/São Gonçalo, Macaíba e Mossoró. “Juntos empregam quase 80% de toda a indústria do estado. São pelo menos 70 mil pessoas”, informou.

 

De acordo com ele, o estudo mostrou que as indústrias tiveram problemas de produção e logística em decorrência da crise na segurança. “Chegada e saída de funcionários, chegada e saída de matéria prima e isso tem desdobramento direto na economia do estado”, comentou.

 

Para Pedro, os parques precisam ser observados com peculiaridade. “É dar condição a economia de continuar rodando”, disse. Ele alertou que ainda não existe um plano de segurança pública voltado para os parques industriais. “O MAIS RN tem condições, a partir desse estudo, de mostrar a relevância do que é não ter um plano para essas áreas”, afirmou.

 

A pesquisa qualitativa foi realizada com 266 indústrias, representando mais de 30 segmentos nas quatro mesorregiões do estado, e mostrou os principais efeitos da crise para as empresas industriais potiguares, como a perda estimada em até 40% de faturamento durante os dias mais críticos da crise.

 

O estudo contou com dois levantamentos — o primeiro realizado no dia 17 de março, durante o período mais crítico da crise, e o segundo realizado na terça-feira (28). A pesquisa destacou que 48% das indústrias entrevistadas já voltaram às rotinas anteriores à crise na segurança e 52% acreditavam no retorno completo à normalidade na semana seguinte.