Criado em 2017 pelo então presidente Michel Temer, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal foi mantido na gestão de Jair Bolsonaro. Gestor da pasta desde o seu lançamento, o secretário-especial do PPI, Adalberto Vasconcelos, é categórico ao dizer que a única saída para a infraestrutura brasileira avançar é a partir da participação da iniciativa privada nos investimentos e na gestão de empreendimentos. Cento e quarenta projetos do programa já foram concluídos, com R$ 257 bilhões em investimentos e R$ 49 bilhões arrecadados em outorgas para os cofres públicos.
Auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) desde 1996 e engenheiro de formação, Adalberto afirmou, em entrevista à Agência CNI de Notícias, que algumas grandes obras paradas e empreendimentos com obras em ritmo lento serão incorporados à carteira do PPI. Confira a entrevista completa:
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS – Quais os principais planos e propostas do PPI para 2019?
ADALBERTO VASCONCELOS – O PPI vai continuar executando a sua carteira de empreendimentos em 2019. Serão 25 projetos no ano, com previsão de R$ 62,7 bilhões em investimentos. Tivemos em março concessões de aeroportos e o leilão da ferrovia Norte-Sul, e temos no dia 5 de abril seis leilões de terminais portuários. Continuamos ainda com uma agenda muito forte na área de óleo e gás, com leilões do pré sal. No segundo semestre, teremos leilões de linhas de transmissão e continuaremos com as concessões de rodovias, com as BRs 364 e 365, em Goiás e Minas Gerais. Terminamos também a consulta pública sobre a BR-101 em Santa Catarina. Destaco, sobretudo, que o PPI terá uma nova reunião do Conselho em que novos empreendimentos serão incluídos, especialmente para concessões e para obras estratégicas.
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS – Quais são as obras prioritárias?
ADALBERTO VASCONCELOS – Temos obras em que entra governo, sai governo e ela não tem um desfecho, a sociedade fica clamando pela conclusão desse serviço. Poderia citar somente como exemplo a BR-163, no Pará, a ferrovia Transnordestina, a transposição do Rio São Francisco e Angra 3 (usina nuclear). São obras emblemáticas, que vão entrar na carteira do PPI para podermos estudar, avaliar e apresentar uma solução que venha ao encontro do interesse público.
AGÊNCIA CNI DE NOTÍCIAS – O senhor falou da Transnordestina. Há alguma perspectiva de solução imediata para essa obra?
ADALBERTO VASCONCELOS – O PPI não tem uma pré-avaliação feita ainda. A partir do momento em que o projeto for incluído na carteira, a gente passará a ter uma gestão compartilhada com o ministério setorial para buscar a solução e dar um desfecho a essa obra.