Debate sobre ampla atuação da Sudene para fortalecer a Região Nordeste

14/07/2017   17h45

 

Ampliar a atuação da Sudene, retomando o papel que exercia no passado enquanto um órgão indutor do desenvolvimento e de articulação entre os estados do Nordeste, é determinante para o crescimento socioeconômico da região. Esse foi o tom do discurso do superintendente da Sudene, Marcelo Neves, na palestra de abertura do lançamento do Roadshow “Investimento e Desenvolvimento do Nordeste”, realizado nesta sexta-feira (14), no auditório da FIEPE. O superintendente destaca que há recursos disponíveis para financiar projetos com recursos do FDNE e defende o uso de incentivos fiscais como instrumento de desenvolvimento regional.

 

As empresas que se instalam na região da Sudene têm direito a incentivos fiscais, que variam entre 30% e 75% sobre o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), além de descontos no PIS/PASEP e Confins para aquisição de novas máquinas. A concessão de incentivos fiscais reflete na criação de postos de trabalho, destaca Marcelo Neves, com 383.631 empregos diretos criados entre 2012 e 2015 e outros 145.862, de 2016 e 2017.

 

“São políticas diferenciadas para reduzir as desigualdades regionais. Com investimentos e planejamento para ter crescimento econômico”, afirma Neves.

 

 

Segundo ele, as ações da autarquia não buscam apenas o crescimento do PIB, como também fortalecer todos os indicadores sociais, educação, IDH, e melhorar a infraestrutura da região. Neste sentido, ele destaca que a Nordeste Forte tem uma série de pleitos, entre eles de obras estruturantes, a ações de fomento, de desburocratização e atração de investimentos que devem, por meio da mobilização dos empresários, entrar na pauta nacional. “Precisamos repensar tudo que queremos para a região, não apenas recursos. Mas o plano de desenvolvimento regional do Nordeste”, frisa Neves.

 

Na palestra de abertura “Investimentos e Desenvolvimento do Nordeste”, ele relembrou a criação e da autarquia durante o Governo de Juscelino Kubitscheck, na década de 1950, que conseguiu alavancar o PIB do Nordeste de 4,5% para 16%. O crescimento se deu por meio do processo de industrialização da região com elaboração de estudos, planejamento e ações focadas em fomento, pensada de uma forma transversal.

 

Restruturada em 2007 após processo de desmobilização e extinção em 2001, a “nova Sudene” é uma autarquia vinculada ao Ministério da Integração Nacional, que trabalha para se reafirmar como indutor regional atuando nos nove estados do Nordeste e no norte dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo. “A mudança não é apenas de endereço, mas também uma restruturação interna, para que a Sudene volte a ocupar o papel que já exerceu no passado, de articulador institucional da região, de modo a trazer os atores para pensar o desenvolvimento, com estratégias e diagnósticos definidos, levando em consideração estar inserido em área de Semiárido”, afirma Marcelo Novaes.

 

No início de julho, foi protocolado um acordo de cooperação técnica com o PNUD para que, neste segundo semestre, o plano seja elaborado. “É preciso um alinhamento, um norte de onde queremos chegar. Onde o Nordeste quer estar e precisamos da união de todos os empresários para repensar as estratégias e incorporar a discussão nesse planejamento de ações feitas por gestores e empresários, rediscutir as obras estruturas, as linhas de crédito, os investimentos para o Nordeste”, afirma.