Autoridades e lideranças sindicais destacam debate sobre economia do mar e Cluster Tecnológico Naval promovido pela FIERN

25/05/2022   15h47

 

O debate em torno da Economia do mar e do Cluster Tecnológico Naval realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN) em palestra, na terça-feira (25), durante a Semana da Indústria (leia aqui), foi bastante elogiado por autoridades e lideranças sindicais.

 

A palestra “Economia do mar como proposta para o desenvolvimento nacional” foi proferida pelo diretor-presidente da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), vice-almirante Edesio Teixeira. Na oportunidade, também foi abordada a proposta de criação do Cluster Tecnológico Naval no Rio Grande do Norte.

 

A proposta de criação do Cluster do RN começou a ser articulada este ano em meio a discussões do Sistema FIERN, por meio do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), com a EMGEPRON sobre o tema.

 

Superintendente adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Maria Inês Souza, parabenizou à Federação e disse ser essencial trazer essa discussão, principalmente no que diz respeito do que pode se contribuir para o desenvolvimento nacional do que envolve o mar e a Marinha.

 

 

Na ANP, ela trabalha em uma área que tem foco em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. “Tem um grande potencial para se utilizar recursos da cláusula de P&D [pesquisa e desenvolvimento], que as petrolíferas têm a obrigação de investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Vejo que há um campo muito grande em que esses recursos podem ser utilizados e podem beneficiar o país e a sociedade como um todo”, declarou.

 

Maria Inês classificou como “excelente” a iniciativa da FIERN. “A ANP acha isso muito importante e a Federação fez um papel extremamente relevante em juntar os atores desse setor de desenvolvimento e trazer para discussão”, afirmou. A presença dela na palestra se deu também para verificar de que maneira é possível a ANP buscar apoio das petrolíferas para projetos nessa área.

 

Para o diretor-presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN), Brigadeiro Carlos Eduardo da Costa Almeida, a palestra foi fundamental uma vez que “95% de toda exportação brasileira sai pelo mar”.

 

 

Ele citou o BR do Mar, programa do Governo Federal sancionado em janeiro deste ano (leia aqui) que vai incentivar e estimular o uso da cabotagem, aumentar a frota nacional e equilibrar a matriz de transportes brasileira (conheça o programa).

De acordo com Almeida, a ideia é trabalhar essa pauta junto aos portos brasileiros “para valorizar o transporte pelo mar e desafogar as rodovias”.

 

O presidente do Sindicato da Indústria de Pesca do Estado do Rio Grande do Norte (Sindipesca/RN), Gabriel Calzavara, destacou que, agora, “todos os atores que fazem parte desse universo de atividade que envolve o mar estão juntos para saber de que forma vão interagir e atuar sistematicamente”.

 

A ideia é de se pensar a atuação e o impacto de cada um deles no universo marítimo. “Isso não foi feito no Brasil ainda. Não se olha o mar como ambiente político, geoeconômico e social. Mais de 85% da população do Brasil está a 200 quilômetros do litoral. No Brasil não tinha, até pouco tempo, essa mentalidade marítima”, comentou o presidente do Sindipesca.

 

 

Calzavara lembrou que começa a surgir agora essa forma de pensar na perspectiva do mar “que representa mais de 25% do PIB do Brasil. É pensar e planejar o que envolve o ambiente marítimo”.

 

Também participante da palestra, o presidente do Sindicato das Indústrias de Extração do Sal do Estado do Rio Grande do Norte (SIESAL/RN), Airton Torres, lembrou que a indústria salineira depende, fundamentalmente, do mar. “Nossa atividade econômica na região é a primeira que surgiu com os recursos da água do mar”, pontuou.

 

O ambiente marinho, na visão dele, é uma grande riqueza no Rio Grande do Norte “Temos mais de 400 km de litoral e nossa riqueza está muito offshore. Foi uma ótima oportunidade da FIERN em trazer este tema na Semana da Indústria”, concluiu.

 

 

Para o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), Raimundo Silton, é nesses momentos de divulgação que surgem as boas soluções e a demonstração do que está se fazendo para o setor no RN e no Brasil. “Nosso objetivo é participar, divulgar e levar para os associados todas as informações que foram cedidas. A iniciativa da FIERN é extremamente saudável e deveria haver mais vezes. Pelo menos uma vez, a cada semestre, um encontro para mostrar o que está acontecendo no mercado”, destacou.